Política

Eduardo Cunha renuncia ao cargo de presidente da Câmara Federal

Deputado alega sofrer vingança e perseguição política

Leonardo Rocha | 07/07/2016 13:13
Eduardo Cunha renunciou a cargo de presidente da Câmara dos Deputados (Foto: Ailton Freitas / O Globo)
Eduardo Cunha renunciou a cargo de presidente da Câmara dos Deputados (Foto: Ailton Freitas / O Globo)

O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ao cargo de presidência da Câmara dos Deputados, alegando que sofre de "vingança" e "perseguição política". Ele já estava afastado da função desde maio deste ano, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Em um pronunciamento emocionado, na disse que apenas com esta decisão, o legislativo poderá "voltar aos trilhos e acabar com a instabilidade". No final do seu discurso, feito na Sala Verde da Cãmara, não respondeu as perguntas dos repórteres e saiu sob vaias de uma pequena plateia.

Ele disse que sofreu perseguições por conta do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que foi aberto por ele, na Câmara Federal, e que suas "posições" a frente do cargo, que o levaram a sofrer uma representação no Conselho de Ética, por quebra de decoro parlamentar.

Voltou a defender inocência ao dizer que foi "espontaneamente" depor na CPI da Petrobras e que não mentiu quando disse não ter conta no exterior. "Vou provar minhas inocência em todos os inquéritos". Disse que a decisão segue um pedido de sua base e companheiros políticos, para que a Câmara Federal possar andar novamente.

O deputado ainda citou que não existe previsão de ser julgado, o recurso contra o seu afastamento. "Sofri perseguição e vingança político. Agradeço ao meu partido, os deputados que me elegeram e a minha família pelo apoio, não tiveram respeito nem com a minha mulher, apenas para me atingir".

Cunha disse que colocou em votação no Congresso os projetos importantes tanto do governo federal, como da sociedade e que "nunca recebeu qualquer vantagem indevida" pelo cargo ou na função de parlamentar. Ainda cita como "conquista", ter aberto o processo de impeachment contra a presidente Dilma (Rousseff), que resultou no seu afastamento no Senado.

"O Brasil se livrou de um governo do PT que gerou 13 milhões de desempregados e total descontrole das contas públicas". Ao encerrar o discurso, diz que espera que o processo de impeachment chegue ao final, e que o atual presidente Michel Temer (PMDB) possa conduzir o País para o desenvolvimento e futuro melhor.

O deputado segue com seu processo de cassação em andamento na Casa de Leis, apesar de ter deixado o cargo de presidente. Ele está sendo acusado de mentir durante CPI da Petrobras, ao dizer que não tinha contas no exterior.

O parlamentar também está sendo investigado por uma série de inquéritos, por participação em cobrança de propina em contratos de empresas ligadas a Petrobras, na Operação Lava Jato. Eduardo Cunha foi eleito presidente no dia 1° de fevereiro de 2015. Já o seu afastamento foi decidido de forma unânime pelo STF, no dia 5° de maio deste ano. Deixa o cargo após 17 meses.

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