Política

Dinheiro tem que circular na mão de todo mundo, diz Lula

Presidente minimizou reprovação do mercado e diz que pretende repetir resultados de 2010

Por Maristela Brunetto | 05/12/2024 12:37
Dinheiro tem que circular na mão de todo mundo, diz Lula
Lula discursa sobre a economia do País durante inauguração de fabrica da Suzano (Fotos: Marcos Maluf)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que pretende encerrar seu terceiro mandato entregando um cenário semelhante ao de 2010, quando concluiu o segundo, com números indicando crescimento econômico e avanços sociais. Ele minimizou pesquisa divulgada ontem (4), que revela rejeição no mercado de 90%, apontando que vai lutar por distribuição de riquezas e crescimento econômico.

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Durante a inauguração de uma fábrica da Suzano, o presidente Lula discursou sobre a economia brasileira, afirmando seu objetivo de concluir o mandato com indicadores de crescimento econômico e avanços sociais semelhantes a 2010. Ele minimizou a alta rejeição no mercado, atribuindo-a a setores como o financeiro e o agro, e destacou a importância da distribuição de riquezas para impulsionar a economia. Lula comemorou o crescimento econômico acima das previsões, enfatizando o aumento da massa salarial e a criação de oportunidades, principalmente para mulheres. Além disso, ele contrapôs seu governo ao da gestão anterior, destacando a implementação do PAC para obras de infraestrutura em todo o país.

Lula mencionou que os críticos vinham da Faria Lima, menção à avenida paulista onde há concentração de empresas do setor financeiro e que essa reprovação até representava um ganho, já que quando foi eleito ela era de 100%.

Ele ainda mencionou outro setor de onde vêm críticas, o agro, citando que nunca houve tanto incentivo quanto em seu governo. O presidente fez poucas referências à fábrica que participava da inauguração, unidade de celulose da Suzano, em Ribas do Pardo, para concentrar seu discurso na economia.

“A minha lógica econômica é que o dinheiro tem que circular na mão de todo mundo”, disse, citando aos empresários da Suzano que os trabalhadores precisam ser impactados pela riqueza que circula.


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Lula apontou que pede a empresários que não considerem que pagam muito a seus funcionários, mas que os vejam como consumidores, com a pessoa bem remunerada consumindo e ajudando o comércio, a produção a aumentar e a economia crescer. 

Disse, ainda, que a economia só é eficiente quando há distribuição da riqueza. Apontou que a massa salarial subiu 11,9%, sinalizando esse desafio. “Muito dinheiro na mão de poucos significa miséria, pobreza, analfabetismo, desnutrição”, afirmou, sentenciando que “já pouco dinheiro na mão de muitos é distribuição de renda”.

Ainda analisando a economia do País, comentou que ao assumir, em janeiro de 2023, recebeu previsão do FMI de que a economia brasileira cresceria 0,8%, mas o crescimento fechou em 3,2%. Para este ano, citou que “algumas pessoas do mercado” alardearam que não chegaria a 1,5%. Mas os indicadores é de que o crescimento da economia deve chegar a 3,5%, “e se tomar cuidado pode chegar a 45”, disparou.

O presidente fez várias afirmações que agradaram o público e despertaram aplausos, como ao elogiar a abertura de oportunidades para mulheres. Na solenidade, uma funcionária, Paloma, contou seu esforço com os estudos, preparação e o impacto do emprego em sua vida e da família. Lula disse que as mulheres foram para o mercado de trabalho e aprenderam os ofícios, enquanto os homens não fizeram movimento para aprender e ajudar as mulheres nas tarefas domésticas.

Lula ainda fez uma provocação, sem mencionar nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, do PP. Disse que era uma pessoa de muita sorte, por ter assumido o País “semidestruído. Vocês não têm noção do que aconteceu com este país” e questionou se alguém poderia mencionar alguma obra estruturante realizada pelo antecessor no Estado.

Na sequência, comentou que reuniu governadores assim que assumiu e depois os prefeitos, para a elaboração de obras essenciais para o País, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), contemplando a qualidade dos projetos, independente de partido, ideologia, time ou religião dos gestores. Disse que não agiu para beneficiar amigos ou correligionários. Para provar que um governo com seriedade não é um clube de amigos, mas fazer o que precisa ser feito, emendou.

Consumo maior – Lula foi o último a discursar na solenidade. Antes dele, o vice-presidente Geraldo Alckmin também falou sobre o bom momento da economia do País, apontando o crescimento do consumo da chamada linha branca, de eletrodomésticos, em 25%.

Alckmin elogiou a nova fábrica de celulose, destacando a modernidade dos equipamentos e medidas sustentáveis, como reaproveitamento da água e geração de energia a partir de resíduos sólidos. Ele mencionou que a União oferecerá linha de crédito para aquisição de equipamentos.

Logo após a solenidade, Lula deixaria Ribas para embarcar em um avião na Base Aérea de Campo Grande rumo a uma reunião de cúpula do Mercosul no Uruguai.

Alckmin discursou brevemente e apontou conquistas na economia


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