Política

Deputados aguardam "janela" para trocar de partidos ainda neste ano

Leonardo Rocha | 21/07/2015 11:54
Marquinhos diz que janela seria melhor alternativa para deixar o PMDB (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)
Marquinhos diz que janela seria melhor alternativa para deixar o PMDB (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)
Deputado federal Elizeu Dionísio tem janela como opção para deixar o SD, após não concordar com direção estadual (Foto: Divulgação)

Com a possível abertura da janela partidária, após o término da votação da reforma política, alguns parlamentares que estão insatisfeitos em suas legendas, devem trocar de partido e assim estar em outro grupo político ainda neste ano, sem precisam entrar em uma agremiação nova ou recorrer a Justiça para permanecer com o mandato.

O deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) já declarou que pretende deixar o PMDB, com o objetivo político de ser candidato a prefeito de Campo Grande em 2016. Ele afirma que não tem espaço e sofre rejeição das principais lideranças, por esta razão acredita que a “janela partidária” seria a melhor opção.

“Vamos aguardar a definição da reforma política, prefiro sair pela janela”. Ele explica que não gostaria de “judicializar” sua saída do PMDB, até porque se trata de um processo desgastante, tendo o outro lado a possibilidade de alegar infidelidade partidária. “Já tenho preparado um documento para uma eventual saída com a autorização da Justiça”, ponderou.

O parlamentar reconheceu que já recebeu convites de outras legendas, como Rede, PSD, PTB, PSDB, PSC e PL, mas que até o momento não havia definido que partido poderia ingressar. Os irmão Trad também devem seguir o mesmo caminho, no entanto no caso do ex-prefeito Nelsinho Trad e do ex-deputado federal Fábio Trad, não se precisa da janela, já que não estão com mandato em vigor.

O deputado estadual Beto Pereira (PDT) também não descarta utilizar esta janela, pois sua situação no PDT ficou complicada, após embate com o presidente estadual da legenda, o deputado federal Dagoberto Nogueira. “Seguimos sem entendimento, esta conduta pode ocasionar a minha saída”, disse ele.

O conflito começou quando Dagoberto retirou nomes do diretório do partido, antes da eleição, o que fez com Beto Pereira e Felipe Orro (PDT) articulassem uma chapa de oposição, tendo João Leite Schimidt como candidato a presidência, no entanto após este desistir, Dagoberto foi eleito, mas as trocas de acusações continuaram, sem um acordo de paz.

O deputado federal Elizeu Dionísio (SD) também colocou esta opção na mesa, já que vai deixar o seu partido por não concordar com as ações da atual direção estadual. Ele alega “boicote” em eventos, reuniões e decisões do diretório regional e diz que os próprios dirigentes não tem interesse em sua permanência.

“Vou decidir se utilizo a janela partidária, caso seja aberta, também já tenho base legal para sair e provar que não houve infidelidade, eles querem apenas uma representação e fundo partidário, não vou concordar com isto”. Elizeu também adiantou que já recebeu convites para mudança, mas que ainda não decidiu para que partido migrar.

Janela – A Câmara dos Deputados aprovou a criação da janela partidária, em votação no último dia 17 de junho, a proposta agora seguiu para o Senado Federal. Ela vai ficar aberta por 30 dias, após promulgação da emenda, tendo como objetivo permitir a realocação das forças políticas após eventuais alterações da reforma, apesar de até o momento não existir grandes mudanças no sistema eleitoral.

Para aqueles que pretendem se candidatar no ano que vem, esta mudança (partido) deve ocorrer um ano antes da eleição. O deputado Dagoberto Nogueira avalia que esta abertura de janela favorece o governo federal, pois a tendência é fortalecer partidos da base aliada no Congresso Nacional. 

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