Política

Deputado vai denunciar ameaça que sofreu de índios durante sessão

Caroline Maldonado e Leonardo Rocha | 22/10/2015 13:21
Indígenas lançaram campanha de boicote oficialmente hoje na Câmara (Foto: Leonardo Rocha)
Indígenas lançaram campanha de boicote oficialmente hoje na Câmara (Foto: Leonardo Rocha)
Paulo Corrêa afirmou que vai tomar providências sobre ameaça e defesa do boicote (Foto: Divulgação)

O deputado Paulo Corrêa (PR) disse que foi ameaçado e pretende registrar boletim de ocorrência contra indígenas que estiveram na sessão de hoje (22), na Assembleia Legislativa. Ele falou que vai requisitar à Mesa Diretora o vídeo das câmeras do local e entregar à delegacia, além de abrir processo contra uma das integrantes do grupo que lançou a campanha de boicote aos produtos agropecuários de Mato Grosso do Sul.

“Eu não posso ser ameaçado dentro da Assembleia e não tomar as devidas providências”, disse ele, ao destacar que no vídeo vai mostrar qual foi a ameaça feita.

Corrêa disse ainda que vai entrar com uma ação judicial contra a indígena Sônia Guajajara, que lançou a campanha de boicote aos produtos do agronegócio sul-mato-grossense em plenário. Paulo ressaltou que vai requisitar os documentos de identificação dela para acionar a Justiça. “Ela não pode vir aqui pregar o boicote e não ser responsabilizada sobre isso, sendo que nem é de Mato Grosso do Sul”.

Protesto - A discussão entre um grupo de, pelo menos, 40 indígenas e os deputados Paulo e Mara Caseiro (PTdoB), encerrou a sessão hoje. "Há sangue indígena na produção do Estado", disse a líder Sônia, que é coordenadora executiva da APIB (Associação de Povos Indígenas do Brasil). O deputado se mostrou contrário ao discurso dos índios e solicitou que a mesa diretora apurasse o RG, CPF e a té comprovante de residência de Sônia.

Revoltados, os índios começaram a gritar. Então, o parlamentar se dirigiu até a mureta, próxima ao público, e começou a discutir com os indígenas. Com isso, o deputado Junior Mochi (PMDB) suspendeu a sessão. Os índios permaneceram do lado de fora da Casa, com faixas e realizando danças típicas. Após o fim do tumulto, a sessão foi retomada.

Campanha - O movimento tem integrantes de entidades que pedem aos governantes da Suíça, Holanda, Suécia e Alemanha articulação para inibir importação de Mato Grosso do Sul. Na Alemanha, o grupo tem apoio da WWF, organização não governamental para conservação da natureza, que reúne assinaturas para proteção da Amazônia.

Em Berlim, Sônia e o advogado terena Luiz Henrique Eloy se reuniram, na semana passada, com integrantes da ONU e com a chefia de divisão da América Latina no Ministério das Relações Exteriores da Alemanha para discutir apoio à campanha. 

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