Política

Denúncia contra políticos e empresários vai tramitar sob sigilo

Aline dos Santos | 06/06/2016 09:11
Denúncia foi entregue ao Tribunal de Justiça no dia 31 de maio. (Foto: Arquivo)
Denúncia foi entregue ao Tribunal de Justiça no dia 31 de maio. (Foto: Arquivo)

A denúncia da Operação Coffee Break, entregue no dia 31 de maio ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), tramitará sob segredo de Justiça. De acordo com a assessoria de imprensa do tribunal, o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva decidiu que, quando for anexado ao processo, os documentos só poderão ser acessados pelos advogados dos citados.

Ao todo 24 pessoas, incluindo políticos e empresários, foram denunciadas por suposto esquema para cassar o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), que perdeu o mandato por decisão da Câmara Municipal em março de 2014 e retornou, desta vez a mando da Justiça, em agosto de 2015.

A decisão também indica que a denúncia vai tramitar na segunda instância. Uma corrente alega que o caso deveria “descer” para um juiz de primeiro grau, porque os políticos não têm foro privilegiado. Contudo, a Justiça vinha decidindo que Gilmar Olarte (Pros), um dos denunciados, é prefeito afastado (com foro) e não vice-prefeito. Agora, a Justiça decide se aceita ou não a denúncia. 

A operação Coffee Break foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em 25 de agosto de 2015. Na ação, foi autorizado o afastamento do então prefeito Olarte e condução coercitiva de vereadores e empresários para prestar depoimento. Na ocasião, as decisões foram de Bonassini.

Na semana passada, o procurador-geral de Justiça, Paulo Passos, afirmou que as investigações deixaram claro que houve um “conluio e conjugação de esforços” para a cassação de Bernal. Os vereadores teriam sido cooptados a votarem pela cassação, recebendo em troca dinheiro e cargos na prefeitura.

Núcleos – Na esfera associação criminosa, os denunciados são: Gilmar Olarte, João Amorim (empresário), João Baird (empresário), Mario Cesar (vereador), Fábio Machinsky (empresário), Airton Saraiva (vereador), Flávio César ( vereador), André Puccinelli ( ex-governador), Nelson Trad Filho (ex-prefeito), Luiz Pedro Guimarães (empresário), Raimundo Nonato de Carvalho (empresário), André Scaff (procurador da Câmara) e Carlos Naegele (empresário).

Na corrupção ativa, foram denunciados: Gilmar Olarte, João Amorim, João Baird, Mario Cesar, Fábio Machinsky, Airton Saraiva e Flávio César. Na corrupção passiva, a denúncia é contra 11 pessoas: Edil Albuquerque, Carlos Augusto Borges (Carlão), Edson Shimabukuro, Gilmar da Cruz, Eduardo Romero, Jamal Salém, João Rocha, Alceu Bueno, Otávio Trad, Paulo Siufi e Waldecy Batista Nunes.

Advogados dos denunciados afirmaram ao Campo Grande News que as acusações são inconsistente e sem provas.

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