Política

Com 16 assinaturas, vereadores protocolam CPI para investigar Homex

Lidiane Kober | 29/08/2013 18:44
Carlão propôs abertura da CPI na sessão desta quinta-feira (Foto: Divulgação)
Carlão propôs abertura da CPI na sessão desta quinta-feira (Foto: Divulgação)

Depois de várias ameaças, a Câmara Municipal decidiu, nesta quinta-feira (29), instaurar CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para juntar elementos a fim de evitar a saída da empresa mexicana Homex de Campo Grande antes de resolver pendências na construção de condomínio, na região do Bairro Paulo Coelho Machado.

O documento foi protocolado pelo vereador Carlão (PSB), com o apoio de outros 15 de um total de 29 parlamentares. O proponente, inclusive, já tem uma estratégia para garantir um sinal da empresa a fim de evitar calote aos moradores. Ele planeja solicitar ao MPE (Ministério Público Estadual) e ao prefeito Alcides Bernal (PP) o bloqueio dos bens da construtora.

“A Homex adquiriu um terreno para construir três mil apartamentos e vendeu 700, ou seja, 25% da área foi ocupada, então, podemos encerrar a CPI com o pedido de bloqueio dos bens da empresa em Campo Grande como garantia de que os clientes não terão prejuízos”, disse Carlão.

Com a garantia em mãos, o vereador acredita ser possível assegurar aos moradores a conclusão da escola no condomínio, rede de tratamento de esgoto, construção e pavimentação das vias de acesso, além da solução de vazamentos e infiltrações em pelo menos 60 apartamentos.

A empresa mexicana veio a Campo Grande com a promessa de construir três mil casas, mas “quebrou” antes de concluir a obra. No total, ela só conseguiu vender 700 unidades, das quais não entregou 272. Por isso, a Caixa decidiu acionar seguro da Homex, no valor de R$ 3,3 milhões, para garantir aos moradores a entrega das residências.

A Caixa, porém, não se responsabilizou pelos demais problemas deixados pela construtora. “Na Caixa, confiamos, na Homex, não”, disse Carlão. Segundo ele, a insegurança é resultado do histórico de crise da empresa. “Eles deixaram problemas no interior de São Paulo e no Pará”, comentou. “E vem nos enrolando há três meses, até os engenheiros deles correram de nós”, acrescentou.

Sem uma resposta da construtora, Carlão disse que não vislumbrou outro caminho a não ser a CPI. “Demos a eles várias chances”, ressaltou. “Mas, nunca atenderam a Câmara”, prosseguiu. Instalada a comissão, o vereador disse que a Casa contratará um engenheiro para fazer levantamento e calcular os custos da conclusão da escola e da solução das demais pendências.

Ainda de acordo com Carlão, vice-presidente da Comissão de Obras da Câmara, o próximo passo será reunir os líderes de bancada para cada partido indicar os membros para compor a CPI.

Cauteloso - Presidente da Comissão de Obras, o vereador Alceu Bueno (PSL) foi mais cauteloso e disse ainda acreditar em uma solução do impasse, sem a instalação da CPI. “Se eles apressarem a situação e apresentarem um caminho para resolver os problemas ainda dá tempo de recuar da CPI”, comentou. Ele, porém, reformou que “deixar o povo no prejuízo, não dá”.

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