Política

Candidatos falam em reordenar tráfego contra caos em cruzamentos

Ricardo Campos Jr. | 06/09/2016 17:37
Rotatória no entroncamento das ruas Ceará com Joaquim Murtinho é um dos pontos considerados críticos (Foto: Marcos Ermínio)
Rotatória no entroncamento das ruas Ceará com Joaquim Murtinho é um dos pontos considerados críticos (Foto: Marcos Ermínio)
Congestionamento perto da rotatória da Mato Grosso com a Via Parque (Foto: Marcos Ermínio)

A falta de sincronização semafórica não é o único problema que atrapalha a fluidez no trânsito de Campo Grande. Recentemente a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) elegeu 13 pontos considerados críticos em horários de pico, a maior parte deles corresponde a rotatórias que testam a paciência dos motoristas ao disputar espaço com ônibus e carros.

Para alguns desses casos, como o cruzamento das avenidas Gury Marques e Interlagos e a rotatória no entroncamento das avenidas Mato Grosso e Nelly Martins (Via Parque), o poder público tenta, gestão após gestão, encontrar soluções eficientes e que caibam no orçamento do município.

O problema é o tema da quinta e última matéria sobre propostas dos candidatos a prefeito de Campo Grande para situações antigas na cidade cujas soluções são cobradas pela população. Todos os 15 candidatos foram convidados a participar. As respostas são dispostas seguindo a ordem alfabética dos nomes usados nas urnas segundo o DivulgaCand.

Alex do PT pretende, primeiramente, executar quatro projetos que receberam recursos da União em 2013 e não foram realizados, como o viaduto no cruzamento da Interlagos e Gury Marques, além das intervenções na rotatória da Mato Grosso com Via Parque. São ações que preveem a restruturação do reestruturação do sistema integrado do transporte e a requalificação dos eixos estruturadores do transporte coletivo.

O candidato tem como medidas para reduzir esses estrangulamentos a melhoria da qualidade do transporte coletivo, com implantação de corredores para os ônibus; a interligação das ciclovias da região central com os bairros e a construção de ciclofaixas até os terminais de transbordo, que serão equipados com bicicletários.

Já Aroldo Figueiró (PTN) enquanto professor de engenharia afirma ter feito um trabalho com os alunos e obtido onze soluções para esses problemas que ainda não havia pensado. Duas já são conhecidas: o viaduto na Gury Marques e outro pontilhão na rotatória da Avenida Mato Grosso. Ele promete executar as intervenções mesmo diante dos interesses empresariais muitas vezes contrários a esses empreendimentos.

Além disso, o candidato pretende desenvolver ações educativas para informar aos motoristas os roteiros que poderiam ser adotados para se chegar ao Centro da cidade, por exemplo, evitando vias mais movimentadas que têm a capacidade de tráfego excedida. Ele acredita que os problemas podem ser resolvidos com ações físicas, educativas e informativas.

Já Athayde Nery (PPS) prevê intervenções diferentes para cada trecho problemático. Na rotatória da Mato Grosso com a Via Parque e na Gury Marques serão necessários viadutos. Na Joaquim Murtinho com a Ceará a ideia é criar novas vias de acesso e reavaliar a importância do terminal Hércules Maymone naquele local, podendo haver uma nova obra ou replanejamento que beneficie motoristas e pedestres.

Outros pontos problemáticos demandam planejamento que reorganize o trânsito, além de inserir nova sinalização, levando sempre em consideração o impacto aos moradores. O cruzamento da Euler de Azevedo com a Tamandaré é visto como prioridade. A proposta é abrir novas vias de acesso principalmente para a UCDB, além de instalar novos semáforos e travessias elevadas para ajudar os moradores da região.

Coronel David (PSC) pretende usar os mais de R$ 500 milhões liberados há dois anos para a execução de projetos de mobilidade urbana e para acabar com gargalos no trânsito da Capital, como a implantação dos corredores do transporte coletivo para dar maior agilidade ao tráfego dos ônibus.

O Centro de Controle Integrado deverá dar agilidade no tráfego de veículos por meio do monitoramento em tempo real da cidade, de forma que o poder público possa intervir com mais eficiência para acabar com os pontos de entrave. O candidato prevê a criação de um aplicativo para que o cidadão saiba as condições do trânsito e informações necessárias para buscar caminhos mais rápidos e curtos.

Marcelo Bluma (PV) vai estudar emergencialmente a implantação de viaduto nos pontos críticos, juntamente com a “onda verde” nas vias da região. Segundo ele, o trânsito funciona de forma sistêmica e não pontual. Então, para desafogar o tráfego é preciso implantar um sistema de planejamento de trânsito integrado com as demais secretarias, de forma que sempre seja avaliado o impacto de outros empreendimentos, como construção de casas populares.

Assim a implantação de um sistema de planejamento de trânsito integrado com as demais secretarias irá dar a Campo Grande, no médio e longo prazo, um trânsito de excelente qualidade.

Marquinhos Trad (PSD) pretende rever a hierarquização das avenidas e ruas de Campo Grande para promover o reordenamento viário. Esse estudo resultará no diagnóstico do tráfego de veículos tanto leve quanto pesado, o que acarretará na determinação do tipo de procedimento ou obra que será adotado especificamente para cada cruzamento relacionado.

Isso levará em conta o local da intervenção, sua circunvizinhança, sua estrutura, sua localização e seu horário de pico. É preciso saber onde circulam os veículos de maior peso para tirar eles da passarela superior e evitar riscos. Em alguns casos haverá necessidade de obras de maior investimento, como o cruzamento da Avenida Interlagos com a Avenida Gury Marques com o viaduto.

Para Rose Modesto (PSDB), o sistema de trânsito precisa ser repensado, tendo em vista que a frota da Capital aumentou significativamente nos últimos anos, mas não houve investimentos nem para melhorar, muito menos para modernizar o transporte público.

Ela propõe estimular o uso do transporte coletivo oferecendo mais qualidade, segurança e modernidade. Também será investido ma melhoria e modernização da sinalização (vertical e horizontal) e semáforos, além de identificar os pontos críticos de acidentes e readequar as vias, além de modernizar o sistema de controle de tráfego na cidade para garantir um trânsito fluído e seguro.

Suél Ferranti (PSTU) afirma que a primeira medida será discutir a situação nos conselhos populares que envolvam os servidores públicos desse setor (com valorização profissional e salarial), as associações de bairro, os sindicatos de trabalhadores, os movimentos sociais.

Esses grupos deliberarão a forma que melhor beneficiará a classe trabalhadora e o povo pobre da cidade, levando-se em conta as prioridades necessárias no trânsito no que diz respeito ao transporte público (estatizado e gratuito), a fluidez dos demais veículos e dos pedestres. Os conselhos apresentarão meios de saídas que melhor beneficiem a mobilidade urbana da cidade.

A equipe do Campo Grande News entrou em contato com todos os candidatos convidando-os a participar da série. Adalton Garcia (PRTB), Alcides Bernal (PP), Arce (PCO), Elizeu Amarilha (PSDC), Lauro Davi (PROS) e Pedrossian Filho (PMB) não enviaram as propostas sobre o tema até a publicação desta reportagem.

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