Política

Câmara tem novo protesto contra reajuste dos salários de vereador

Mariana Lopes | 29/11/2012 13:38
(Foto: Mariana Lopes)
(Foto: Mariana Lopes)
A pedagoga Patrícia Arruda de Fonseca questiona o reajuste. (Foto: Mariana Lopes)

Com direito ao espaço na tribuna livre, representantes do grupo Movimento Voluntário marcaram presença na sessão da Câmara dos Vereadores desta quinta-feira (29) e novamente manifestaram a indignação pelo aumento do salário dos vereadores, que deve ser votado no próximo mês pelos próprios parlamentares.

Representado pela pedagoga Patrícia Arruda da Fonseca, o grupo questiona o valor do reajuste, previsto para 65%. “É abusivo”, argumenta. Na carta lida pela representante, há três principais pontos: Se o aumento caberá no orçamento da Câmara, a Lei da Anterioridade e a Lei da transparência.

Patrícia explica que, conforme informações levantadas pelo Movimento, o subsídio dos salários dos vereadores deve ser de 75% do salário dos deputados, e que hoje o valor já representa 50%.

Segundo o funcionário público Thiago Kalunga, também representante do grupo, o valor investido no pessoal da Câmara representa atualmente 68% do orçamento do órgão, enquanto o permitido é de 70%. “E no ano que vem serão 29 vereadores, se tiver esse aumento, será que não vai ultrapassar o que é permitido?”

O presidente da Câmara, Paulo Siufi (PMDB), rebateu o questionamento dos manifestantes. “Não somos inconseqüentes, não vamos aprovar algo que não vai caber no orçamento”, enfatiza.

Sobre a Lei da Anterioridade, os manifestantes pontuaram que a questão do aumento do salário deveria ter sido discutida antes das eleições. “Esse projeto de aumento mostra o quanto os vossos interesses são diferentes e divergentes dos interesses da população”, destacou o grupo, em carta lida por Patrícia na tribuna livre.

Sobre esta questão, Siufi declarou que a Anterioridade que dizer que a votação precisa ser cumprida somente antes do ano acabar.

Em relação à Lei da Transparência, Patrícia explana que o orçamento deve ser bem exposto. “Vamos acompanhar a votação, para que não haja perigo de os vereadores maquiarem para caber o aumento no orçamento da Câmara, se isso acontecer, vamos entrar contra”, afirma.

Após a declaração do grupo, o vereador Athayde Nery tomou a palavra e disse que a opinião dos manifestantes era bem vinda, mas que o aumento está previsto em lei e é legal.

Para o grupo, o problema não é ser legal, mas ser moral. “Esse aumento não condiz com a realidade de salários de Campo Grande, vai ver quanto que ganha um professor. Queríamos contar com o bom senso dos nossos vereadores, que representam a população”, diz Patrícia.

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