Câmara abre trabalho da CPI do Calote com escolha de membros

Os vereadores aprovaram no final da tarde de hoje, a instauração da CPI do Calote, que vai investigar a falta de pagamento aos fornecedores da prefeitura de Campo Grande. Esta decisão foi tomada após reunião interna dos lideres de bancada, na Câmara Municipal. O legislativo tinha estabelecido prazo de 48 horas para prefeitura explicar e pagar o “calote”, porém não obtiveram resposta positiva.

Na sessão de ontem, 19 vereadores já haviam assinado o requerimento para abertura da CPI, no entanto resolveram analisar os documentos entregues pelo secretário de finanças, Wanderley Ben Hur, antes de tomar a decisão. “Esta documentação só comprovou o que nós já sabíamos, que a prefeitura tem dinheiro em caixa e não paga porque não quer”, afirmou Mário César (PMDB), presidente da Câmara.

Segundo ele, o executivo tem aproximadamente R$ 700 milhões em caixa e as dívidas levantadas pelos fornecedores chegam a R$ 400 milhões. “O que achamos mais estranho é que existem empresas que recebem religiosamente em dia e outras não recebem, mesmo prestando serviço e empenhando notas fiscais”, afirmou Mário.

Um dos entusiastas da CPI, o vereador Paulo Siufi (PMDB), ressaltou que reivindicou uma série de documentos e nenhum deles foi entregue. “Não esclareceram minhas dúvidas, portanto o melhor a se fazer é instaurar a CPI”, explicou ele. Os vereadores enalteceram que a CPI do Calote será mais efetiva que a da Saúde, já que nesta. a investigação irá começar do zero. “Esta investigação atingirá mais a população, pois existem funcionários que estão com medo de perder o emprego”, destacou Mário César.

Comissão – Os líderes partidários decidiram pela participação dos vereadores Paulo Siufi (PMDB), Otávio Trad (PT do B), Airton Araújo (PT), Elizeu Dionísio (PSL) e Chiquinho Telles (PSD). Amanhã, a partir das 8h30, a comissão irá definir as funções de cada parlamentar.

Esta CPI foi iniciada após os vereadores receberem a denúncia que alguns fornecedores não recebiam pagamento desde janeiro de 2012. Entre as empresas citadas estão a CG Solurb Soluções Ambientais e a RDM Recuperação de Crédito Ltda. A prefeitura explicou que alguns pagamentos não tinham sido feitos porque os contratos estavam sob análise, por apresentar algumas irregularidades.