Política

Bumlai deve admitir ajuda em reforma de sítio em SP, mas isentar Lula

Leonardo Rocha | 17/02/2016 09:20
Bumlai pode admitir ajuda em reforma no sítio em Atibaia (Foto: Dida Sampaio/Estadão)
Bumlai pode admitir ajuda em reforma no sítio em Atibaia (Foto: Dida Sampaio/Estadão)

O pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e investigado na Operação Lava Jato, deve prestar depoimento sobre outro caso que tem gerado repercussão nacional. A reforma no sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família de Lula, no qual ele teria ajudado com o início de uma reforma supostamente bancada por empreiteiras suspeitas de integrar esquema de propina.

De acordo com o Jornal Folha de São Paulo, Bumlai deve admitir ser o responsável pelo início da reforma do sítio, frequentando de forma assídua por Lula, mas iria repassar a versão de que teria sido procurado pela ex-primeira-dama, Marisa Letícia, que desejaria deixar o local pronto para as festas de Natal de 2010, às vésperas de o marido deixar a presidência e repassar a faixa para Dilma Rousseff (PT).

Como amigo pessoal da família, Bumlai então teria atendido ao pedido da primeira-dama, mas que nunca teria combinado ou tratado desta reforma com Lula. Ele ainda deve sustentar a versão que o presidente estando no final do mandato, sequer teria conhecimento desta obra em andamento.

Assim a obra teria sido iniciada pelo pecuarista, contando com funcionários de suas fazendas, assim como pedreiros locais. Apesar da ajuda aos amigos, a primeira-dama teria ficado descontente com o ritmo do trabalho, o que fez o pecuarista deixar o comando da reforma. Bumlai então irá dizer que não teve mais conhecimento sobre a segunda parte da obra, que então teria sido assumido pelas empreiteiras OAS e Odebrecht.

A intenção desta versão, ponto em comum com a defesa de Lula, seria que o ex-presidente nunca teve envolvimento com esta reforma no sítio de Atibaia, que ele insiste em dizer que não é o proprietário e só usava o local, porque era cedido por amigos.

No cartório o local é registrado em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios de Fábio Luís Lula da Silva, filho de Lula. A propriedade tem mais de 170 mil metros quadrados, o que equivale a 24 campos de futebol, tendo piscina e um lago a disposição. O sítio começou a gerar polêmica quando surgiram suspeitas que a reforma foi feita por empreiteiras.

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