Política

Briga pela Câmara de Ribas antecipa eleição de 2015 e revela traições

Zemil Rocha | 04/06/2013 18:17
Vereadores de Ribas discutindo durante a sessão extraordinária (Foto: Blog klebershowdebola)
Vereadores de Ribas discutindo durante a sessão extraordinária (Foto: Blog klebershowdebola)

A disputa pelo poder na Câmara de Ribas do Rio Pardo gerou antecipação de eleição e dupla traição, evidenciada durante uma sessão extraordinária tumultuada, ontem, que acabou sendo encerrada sem a eleição da Mesa Diretora que tomará posse somente em 1º de janeiro de 2015. A sessão era acompanhada por cerca de 70 pessoas, mais das quais começaram a gritar palavras de ordem e fazer acusações de acordos inescrupulosos.

No começo deste ano, ocorreu a primeira traição, com o vereador Adalberto Alexandre (PRTB) abandonando acordo para eleger Joaquim dos Santos (DEM) e, mudando de lado, vindo a ser eleito presidente da Câmara. Ontem de manhã, durante sessão extraordinária, o traído Joaquim deu o troco, migrando para a outra chapa, a qual passou a encabeçar.

E Joaquim dos Santos chegou a exibir publicamente, durante a sessão, o orgulho de ter dado o troco em Adalberto, também conhecido como Betinho. A vingança foi declarada em alto tom no plenário, em tom de questionamento: “Lembra-se do dia 31 de Dezembro?” A data a que se referiu Joaquim é o do acordo que garantiria sua eleição em 1º de janeiro de 2013.

Surpreso, o atual presidente da Câmara, Adalberto Alexandre percebeu a oportunidade de pelo menos tentar impedir a consumação da derrota eleitoral na Câmara, ao constatar que Joaquim estava com o nome inscrito nas duas chapas apresentadas à Mesa Diretora. Diante do tumulto causado pela traição e irregularidade anunciada, o presidente suspendeu a sessão.

Eleição antecipada – O que chama atenção nesse triste episódio de uma disputa política ainda não resolvida é a trama regulamentada de antecipar as eleições, com composições dos grupos de vereadores interessados no poder faltando dois anos para o começo do mandato da nova Mesa Diretora.

Adalberto Alexandre não quis falar ao Campo Grande News, alegando que estava prestes a comandar a sessão ordinária, que é realizada toda terça-feira, a partir das 17 horas, mas sua assessoria informou que o Regimento Interno da Câmara possibilita a eleição antecipada. “Isso é uma decisão política dos vereadores”, argumentou o assessor do presidente da Câmara.

Indagado se isso não seria absurdo, visto que o novo mandato da Mesa Diretora só começará em 1º de janeiro de 2015, o assessor de Adalberto respondeu: “É regimental aqui. Desde 2002 é feito dessa forma”. Revelou ainda que esse tipo de eleição antecipada é comum em várias câmaras municipais do interior do Estado, citando como exemplos Camapuã, Costa Rica, Aral Moreira e Cassilândia.

 

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