Política

Blogueiro preso em MS nega ter incentivado atos antidemocráticos

Jornalista atribuiu ataques a "infiltrados" que teriam tentado furar bloqueio policial em ato que ele participava em Brasília

Adriano Fernandes | 02/07/2020 22:05
Jornalista e youtuber bolsonarista Oswaldo Eustáquio Filho, de 42 anos. (Foto: Facebook)
Jornalista e youtuber bolsonarista Oswaldo Eustáquio Filho, de 42 anos. (Foto: Facebook)

Em depoimento à Polícia Federal de Brasília nesta quinta-feira (02) o jornalista e youtuber bolsonarista Oswaldo Eustáquio Filho, de 42 anos, negou que tenha participado de manifestações antidemocráticas e incentivado atos contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e Congresso Nacional.

Eustáquio foi preso em Campo Grande no dia 26 de junho durante a Operação Lume, que apura financiamento e organização de protestos pedindo a volta da ditadura militar, fechamento do Congresso entre outros ataques à constituição. Ele foi transferido ontem de Mato Grosso do Sul.

O jornalista atribuiu a "infiltrados" ofensas dirigidas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito dos atos antidemocráticos no tribunal e quem pediu a prisão do blogueiro. 

"[Eustáquio] afirma que as pessoas que proferiram tais falas não pertencem a nenhum movimento conhecido pelo declarante, que tais pessoas foram identificadas pelo movimentos como infiltrados; que as pessoas se referiam ao ministro do STF Alexandre de Moraes como 'cabeça de ovo', 'cabeça da minha piroca' e 'advogado do PCC'', afirmou ele, segundo um trecho do depoimento.

Os “infiltrados”, segundo o jornalista, teriam tentado furar o bloqueio da Polícia Militar nas proximidades do Congresso, em direção a Praça dos Três Poderes, durante uma manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que ele participou em junho.

O mandado que resultou na prisão do jornalista foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, a pedido da PF (Polícia Federal), que alegou risco de fuga do investigado do País. No entanto, a defesa de Eustáquio negou que ele iria deixar o país e disse que houve um equívoco das autoridades por ele ter mudado de endereço recentemente. 

Ainda em depoimento o jornalista disse que decidiu participar de recentes manifestações "pelo Brasil, pelas instituições, pela manutenção da tripartição dos Poderes e pela intervenção popular".

A "intervenção popular" seria, segundo ele, "a utilização do direito ao voto de forma consciente e colocar no Parlamento pessoas que tenha desejo de mudar a historia da nação brasileira, para haja paz sem fim".

Eustáquio também afirmou que é amigo de Sara Giromini, conhecida como Sara Winter que também foi presa e Allan dos Santos, do site Terça Livre.

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