Política

Bernal diz que documento foi ideia de vereadores para formar bloco

Aline dos Santos | 28/12/2012 11:07
Bernal afirma que lista não era contrato. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Bernal afirma que lista não era contrato. (Foto: Rodrigo Pazinato)

O prefeito eleito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), admitiu a circulação de um documento para coletar assinaturas de vereadores. No entanto, enfatiza que não se tratou de um contrato de apoio e que a iniciativa partiu dos próprios vereadores. Segundo Bernal, a ideia era a formação de um bloco. “Um grupo que buscasse a independência e a harmonia entre os poderes”, afirma.

À interpretação de que se tratava de um contrato, o prefeito eleito reagiu dizendo que é uma “inverdade”. De acordo com Bernal, a iniciativa partiu do vereador Jamal Salém (PR), com respaldo de parlamentares como a professora Rose Modesto (PSDB), Paulo Siufi (PMDB), Thaís Helena (PT), Alceu Bueno (PSL) e Edson Shimabukuro (PTB).

Conforme o prefeito eleito, dos vereadores presentes somente Eduardo Romero (PTdoB) e Elizeu Padilha (PSL) se recusaram a assinar. Segundos eles, o documento continha a frase: Os vereadores que assinam abaixo seguem o prefeito.

“O Eduardo e o Elizeu são os mais ligados ao Giroto”, afirma Bernal. O deputado federal Edson Giroto (PMDB) também disputou o segundo turno.

O clima da reunião ficou tenso quando alguns vereadores questionaram o conteúdo vago do papel. “Ele achou que pensávamos que ele agia de má fé, e se ofendeu. Mas não posso assinar algo que depois ele pode propor uma lei qualquer e apresentar o documento para dizer que nós concordamos”, declarou Elizeu Dionízio.

O autor - Jamal Salém disse que o documento foi uma tentativa, que resultou frustrada, em definir quem é o grupo do prefeito. “Estamos em processo para escolha da mesa diretora, em manter a governabilidade. Precisa saber quem é quem. Falar é uma coisa. Foi uma ideia que não funcionou”.

Mesmo antes de empossado, o prefeito eleito e a Câmara Municipal vivem às turras. Os vereadores congelaram o valor do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), reajustaram o salário de prefeito para R$ 20 mil, mesmo contra a vontade de Bernal, e diminuiu o poder do chefe do Executivo.

Uma emenda reduziu de 30% para 5% a abertura de créditos adicionais a serem utilizados pela administração municipal, sem que a transação precise passar pela aprovação da Câmara Municipal. Desta forma, a busca por aliados é para tornar o cenário menos turbulento a partir de primeiro de janeiro.

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