Política

Bernal admite conversa, mas nega pedido de dinheiro a empresário

Candidato contratou perícia, que indica montagem de diálogo dele, ocorrido em restaurante

Fabiano Arruda, Marta Ferreira e Gabriel Neris | 23/10/2012 22:00

O candidato do PP à Prefeitura de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), admitiu ter tido um encontro, três meses atrás, com um empresário disposto a colaborar com a campanha, ocorrido no restaurante Franz Café, mas negou que tenha pedido ou recebido dinheiro para o interlocutor. Foi a resposta dada ontem pelo candidato a um vídeo que circula na internet, mostrando uma suposta negociata de Bernal envolvendo dinheiro de campanha, inclusive com o recebimento de R$ 200 mil por debaixo de uma mesa.

"Houve um bate-papo, mas aquilo lá foi montado para nos prejudicar", limitou-se a dizer. Ele não disse quem é o empresário, nem explicou o teor da conversa. No vídeo, de um minuto e quarenta segundos, uma voz que Bernal não negou ser a sua, afirma ao interlocutor que o custo da campanha é de R$ 15 milhões, mais que o dobro do valor registrado na Justiça eleitoral, de R$ 7 milhões.

A conversa contida no vídeo é sobre o apoio de um grupo político interessado em eleger Bernal. No fim, na voz do interlocutor, é informado o repasse de R$ 200 mil de um total de R$ 300 mil, por debaixo da mesa.

Da forma como mostra o vídeo, a situação configuraria recebimento de dinheiro não declarado, o que é proibido pela lei eleitoral.

Bernal divulgou laudo do IPC (Instituto de Perícias Científicas), contratado pelo candidato, apontando que houve edição da conversa entre o "contratante", no caso ele, e outra pessoa, não identificada. Não houve pedido ao Instituto em relação à identificação da voz.

O assunto esquentou a reta final da campanha e foi o tema do dia na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Vereadoores e também no horário eleitoral.

Marquinhos Trad (PMDB), por exemplo, reconheceu que o vídeo pode ter sido editado, porém, disse que não há dúvida de que a voz é de Bernal e questiona as declarações do candidato do PP.

O candidato do PP afirmou que pediu investigação da Justiça e à Polícia sobre os responsáveis pela gravação.

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