Política

Ato contra cassação de Bernal reúne só 350 pessoas e fracassa no centro

Josemil Arruda e Lidiane Kober | 31/03/2014 19:34
Apenas 350 pessoas compareceram ao ato na Praça do Rádio, segundo a PM (Fotos: Marcos Ermínio)
Apenas 350 pessoas compareceram ao ato na Praça do Rádio, segundo a PM (Fotos: Marcos Ermínio)
Vendedora de bandeiras se disse decepcionada com tão pouca gente e baixas vendas

Apesar da divulgação na mídia, com distribuição de panfletos no centro de Campo Grande e utilização de um trio elétrico e fogos para chamar atenção, a manifestação em defesa do prefeito cassado Alcides Bernal (PP) foi um fracasso. Segundo a Polícia Militar, em torno de 350 pessoas estão na Praça do Rádio participando do ato político, demonstrando que a população não atendeu ao apelo do progressista. Nem mesmo Bernal apareceu até agora, mais de uma hora após o início do ato.

Há uma clara divisão dos presentes no ato até mesmo quanto aos propósitos. Manifestantes, mobilizados por entidades sindicais e movimentos sociais, dizem que estão ali apenas e tão somente para protestar contra o golpe militar de 31 de março de 1964. “Os movimentos sociais deliberaram que iríamos rememorar os 50 anos do golpe militar de 64. Deliberaram por isso. Vim aqui para relembrar a história do Brasil”, afirmou o presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação (Fetems), Roberto Botarelli.

Outra parte é composta por ex-assessores e algumas pessoas do povo que realmente demonstram indignação quanto à cassação de Bernal. Foi o caso de Solange Clementino, de 40 anos, que estava junto com o marido e dois filhos. “Não conheço o Bernal. Não tenho relação nenhuma com ele, mas acho que foi feito injustiça”, afirmou ela. “Vim aqui para dar exemplo para o meu filho de que o povo não pode se calar”, acrescentou.

Nesse mesmo tom foi a manifestação de Wagner Aparecido Nunes, de 39 anos, morador do bairro Santa Luiza. “O movimento é pela democracia. O voto do povo deve ser respeitado”, declarou ele, informando também que nunca teve ligação nenhuma com Bernal.

Uma vendedora ambulante, Nair Andrade de Miranda, de 55 anos, ficou decepcionada com o tamanho da manifestação. Ela estava com mais três colegas para vender bandeira do Brasil e cornetas. “Eu esperava 10 mil pessoas e não tem ninguém. Não estou vendendo nada”, lamentou. “Vamos ter de aguardar a Copa do Mundo para vender”, emendou.

Políticos presentes – Durante o ato, alguns políticos que foram aliados de Bernal marcaram presença na Praça do Rádio Clube, como o deputado estadual Amarildo Cruz (PT) e os vereadores Paulo Pedra (PDT) e Ayrton Araújo (PT). Ex-assessores de Bernal, como Júlio Cabral (ex-presidente da Fundac), também estiveram no local.

Paulo Pedra disse que resolveu participar do evento para lembrar o golpe militar e também demonstrar insatisfação com a decisão que cassou o mandato de Alcides Bernal. Ayrton Araújo disse que “essas pessoas aqui estão indignadas e vieram aqui para demonstrar solidariedade”.

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