Política

Ataques em debate deixam clima tenso no palco e motivam reações da plateia

Ricardo Campos Jr. e Leonardo Rocha | 28/09/2016 01:04
Todos os 15 candidatos participaram do debate (Foto: Alcides Neto)
Todos os 15 candidatos participaram do debate (Foto: Alcides Neto)
Ataques de adversários renderam direito de resposta à Rose Modesto (Foto: Alcides Neto)
Bernal também pode se defender de acusações feitas pelos rivais (Foto: Alcides Neto)

O clima entre os principais candidatos a prefeito de Campo Grande foi tenso durante o debate organizado e transmitido pelo SBT nesta terça-feira (28). Por outro lado, na plateia, os ataques e respostas eram recebidos de maneira descontraída pelo público, que muitas vezes ria e aplaudia durante os confrontos entre os concorrentes.

Todos os 15 candidatos marcaram presença. A mediação ficou por conta do jornalista do SBT Brasília Alex Gusmão e o programa, contando com os intervalos, teve duração próxima a 2h50.

No primeiro bloco, todos os participantes foram apresentados. Nos três seguintes, os participantes se revezaram, de modo que cada um perguntou e respondeu uma única vez em cada rodada. Os principais temas abordados foram educação, saúde, transporte, geração de empregos e cargos técnicos no município.

Alcides Bernal (PP), Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (PSDB), os melhores colocados nas pesquisas, foram alvos de vários ataques durante o evento.

Esquemas de corrupção e irregularidades como Gisa e Operação Lama Asfáltica motivaram várias perguntas ao longo do debate.

O primeiro momento polêmico ocorreu no segundo bloco quando Marcelo Bluma (PV) acusou Marquinhos Trad (PSD) de proteger André Puccinelli (PMDB), uma vez que durante o mandato na Assembleia Legislativa, o candidatos foi contra autorização para que o ex-governador fosse investigado. Na resposta, o rival disse estar decepcionado com o ataque, pois havia ido até o evento para expor suas propostas.

Nesse mesmo bloco, Bernal perguntou a Coronel David como ele resolveria o problema de asfalto e buracos na cidade e ouviu, de cara, “diferente do senhor”, o que provocou reação da plateia. O ex-comandante disse ainda que colocaria “ordem no galinheiro”, sendo em seguida criticado pelo rival por se referir à cidade desta forma.

Já no terceiro bloco, Athayde Nery (PPS) também aproveitou a pergunta feita a Marquinhos para atacá-lo, questionando o motivo de ter escondido da sociedade que foi nomeado pelo pai como funcionário da Assembleia no ano que inclusive estava no Rio de Janeiro estudando. O deputado estadual retrucou dizendo que o adversário enfrenta dificuldades nas pesquisas e não teria apoio inclusive de integrantes do partido.

Coronel David atacou a política habitacional praticada na gestão de Bernal ao responder a uma pergunta de Marquinhos Trad, o que rendeu ao pepista direito de resposta no bloco seguinte. O atual prefeito falou da transparência na concessão de moradias aos cadastrados na Emha (Empresa Municipal de Habitação), dizendo inclusive ter feito o primeiro sorteio de casas em praça pública.

Alex do PT perguntou a Bernal por que ele não enviou à Câmara Municipal um projeto para eleições diretas para diretor de escolas municipais que estava pronto. O atual prefeito, em contrapartida, começou a resposta relatando os problemas encontrados ao retomar o Executivo e aproveitou o momento para assumir o compromisso com a classe educadora de implementar a medida, caso eleito.

Suél Ferranti (PSTU) também não perdeu a oportunidade de tentar colocar Rose Modesto em maus lençóis questionando-a sobre as políticas que implantaria, caso eleita, com relação ao aborto, aproveitando o fato de a candidata ser evangélica. Rose disse ser a favor da vida e das exceções para a prática já previstas em lei.

Pedrossian Filho (PMB), ao fazer pergunta a Marcelo Bluma, fez duras críticas à candidata tucana e ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O feito rendeu a ela direito de resposta, classificando a fala como preconceituosa e mentirosa.

Na última rodada de perguntas e respostas, Rosana Santos (PSOL), ao defendera desmilitarização da Polícia Militar, perguntou a Coronel David, que já comandou a corporação, se na gestão dele os agentes continuariam agindo especificamente contra pretos e pobres. O candidato defendeu a corporação e disse que seu interesse é dar segurança às pessoas e não deixarem bandidos terem mais direitos do que as pessoas.

Coronel David também aproveitou para atacar Marquinhos pela última vez na tréplica após pergunta feita à candidata do PSOL, dizendo que o rival usou uma de suas propostas, que havia sido registrada em cartório, de constituir uma controladoria-geral no município para fiscalizar os gastos públicos.

Do lado de fora, o evento terminou sem intercorrências. Cerca de 250 pessoas acompanharam o debate por meio de um telão. Havia torcidas para os três principais candidatos.

Por conta do evento a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) interditou a Rua Anhanduí, em frente ao auditório, entre as ruas Joel Dibo e Ernesto Geisel. No local há também uma viatura do Corpo de Bombeiros para quaisquer incidentes e três motos da PM (Polícia Militar).

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