Política

Após protesto, Dilma sugere corrupção como crime hediondo e plebiscito

Ângela Kempfer | 24/06/2013 15:51

Pressionada por manifestações em todo País nas últimas semanas, a presidente Dilma Roussef apresentou hoje aos governadores e prefeitos de capitais brasileiras algumas propostas e várias medidas para atender reivindicações apresentadas durante os protestos e acabar de vez com o levante popular nas ruas.

”Meu governo não vai transigir na manutenção da lei e da ordem, coibindo a ação de vândalos e arruaceiros. Reafirmo meu compromisso de ajudá-los. Mas quero repetir principalmente que meu governo está ouvindo as vozes democráticas. É preciso saber escutar a voz das ruas. É preciso que todos, sem exceção, entenda esses sinais com humildade e acerto”, disse de saída.

Ela abriu a reunião há pouco sugerindo 5 pactos e um plebiscito popular para consultar a opinião dos brasileiros sobre a necessidade de uma Constituinte especifica para reforma política “que o País tanto necessita”, justificou.

O primeiro pacto sugerido é pela estabilidade fiscal, pela responsabilidade de quem governa com os gastos públicos.

Depois a presidente pediu a priorização do combate à corrupção de uma forma mais contundente. Nesse caminho, Dilma coloca como iniciativa fundamental a mudança na legislação para que corrupção seja classificada como dolosa e crime hediondo, com punições mais severas.

Ela cobrou dos gestores públicos investimento em transparência. “Todos os poderes devem se esforçar para implantar acesso à informação”, com os portais da transparência efetivamente abertos, com todas as informações sobre a administração, o que segundo a presidente é mais um instrumentos de combate à corrupção.

Outro pacto proposto é acelerar investimentos já contratados em hospitais, Unidades Básicas de Saúde e para ampliar a adesão dos hospitais filantrópicos em projeto que troca dividas pela ampliação nos atendimentos.

Dilma também cobrou incentivo à contratação de médicos e defendeu o desejo do Governo Federal de chamar estrangeiros para trabalhar com exclusividade no SUS. “Sei que vamos enfrentar um forte debate”, lembrou, ao garantir que a proposta não deve ser vista como medida hostil pelos profissionais da Medicina.

“Mas é emergencial, tento em vista grande necessidade de encontrar médicos em números suficientes”, argumentou ao citar números para comprovar que o Brasil é um dos países que menos têm profissionais de fora em exercício, apenas 1,79%, contra mais de 33% na Inglaterra, por exemplo.

Também foi anunciada a ampliação em 12 mil vagas nos cursos de Medicina e 11 mil de residência, até 2017.

Em seguida, a presidente exigiu salto de qualidade do transporte coletivo, a reivindicação que deu origem a todas as manifestações no Brasil.

Dilma quer o compromisso de mais corredores de ônibus e metrôs, além de trens de superfície. “O Governo Federal já desonerou impostos para reduzir o preço do transporte, também desonerou IPI para compra de ônibus, PIs e Cofins da energia e óleo diesel dos ônibus”, citou Dilma para mostrar que agora é a hora de municípios e estados também cortarem tributos para colaborar com um valor ainda mais acessível.

A presidente anunciou R$ 50 bilhões para novos investimentos em obras de mobilidade urbana e a criação do Conselho Nacional do Transporte Público e cobrou o mesmo dos governadores e prefeitos.

O último pacto proposto foi pela Educação. A ideia é destinar 100% dos royalties do petróleo  e 50% do pré-sal para investimentos no setor.

“Nenhuma nação se desenvolve sem educação em tempo integral, creches, cursos técnicos, universidades e bons salários para os educadores”, lembrou.

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