Política

Após prisão de servidora por propina, senador propõe investigação de recursos

Ludyney Moura | 02/07/2014 14:33
Ruben Figueiró quer que o Congresso investigue a liberação de recursos públicos para a saúde. (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
Ruben Figueiró quer que o Congresso investigue a liberação de recursos públicos para a saúde. (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

A operação 'Lantire” da Polícia Federal, que prendeu uma servidora do Ministério da Saúde que cobrava R$ 150 mil de propina do diretor presidente do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, Carlos Coimbra, para liberação de pouco mais de R$ 3,5 milhões em emendas parlamentares, motivou o senador Ruben Figueiró (PSDB) a questionar na tribuna no Senado, a possibilidade de criação de uma comissão no Congresso Nacional que investigue a liberação de recursos federais para a saúde.

O senador Tucano revelou em seu discurso, que a direção do Hospital do Câncer recebeu um comunicado no final do dia do último 30 de abril, véspera do feriado de 1º de maio (Dia do Trabalhador), um comunicado informando a entidade de que deveria se preparar para receber, imediatamente, uma diligência do Ministério da Saúde, sob pena de perder o prazo para conseguir os recursos necessários para a compra de uma acelerador linear, equipamento utilizado para tratamento de radioterapia em pacientes do hospital. Para o parlamenta a prática é um claro indício da existência de ilegalidade.

“Existe em funcionamento no Ministério da Saúde uma verdadeira fábrica de diligências técnicas com o propósito de dificultar o acesso a recursos públicos para que assim se ofereça 'facilidades' aos gestores hospitalares para contratar “consultorias” milionárias em benefício de uma verdadeira máfia que opera no setor”, disse Figueiró, que elogiou a postura de Carlos Coimbra na colaboração das investigações da PF.

Figueiró disse aos colegas de Senado, que um fato semelhante já havia ocorrido no município de Lageado, interior do Rio Grande do Sul, quando um parecer técnico do Governo Federal foi emitido após as 18hs com a exigência de adequações na proposta de convênio, para que recursos fossem liberados a uma entidade local, a Fundação para Reabilitação das Deformidades craniofaciais, que não colaborou com os representantes da União e por isso teve inviabilizado o repasse.

Por fim, o senador questionou no Congresso o fato da servidora detida em Campo Grande, Roberlayne Patrícia Alves, ser funcionária da Organização Pan-Americana da Saúde, órgão ligado à ONU, responsável pela contratação de técnicos que analisam convênios do Fundo Nacional de Saúde. “Os critérios para a contratação de pessoal dessa área são ainda obscuros, mas acredito que a Polícia Federal deverá desvendar tudo isso de maneira detalhada”, finalizou Ruben Figueiró.

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