Política

Após orientação do PDT, Dagoberto votará contra PEC dos Precatórios

Parlamentares do partido foram fundamentais para aprovação do texto em primeiro turno

Ana Paula Chuva | 09/11/2021 11:53
Deputado federal Dagoberto Nogueira, vice-líder do PDT no Congresso. (Foto: Divulgação)
Deputado federal Dagoberto Nogueira, vice-líder do PDT no Congresso. (Foto: Divulgação)

Após votarem a favor da PEC dos Precatórios, deputados da bancada do PDT foram orientados pelo partido a mudar de posicionamento no segundo turno da votação, marcado para esta terça-feira (9).  Com isso, o deputado federal de Mato Grosso do Sul, Dagoberto Nogueira deve votar contra o projeto de emenda constitucional que pretende estabelecer um teto e permitir o parcelamento dos pagamentos das dívidas judiciais do governo federal a partir de 2022.

A PEC dos Precatórios irá possibilitar o financiamento do Auxílio Brasil. Com isso, cerca de R$ 91,6 bilhões ficarão disponíveis em seu orçamento.

Ao Campo Grande News, Dagoberto afirmou que sempre votou com a decisão e orientação da bancada e, por maioria, decidiram mudar a posição na votação de hoje. No primeiro turno, a votação foi apertada e não teria avançado no Congresso caso não tivesse o apoio do PDT. O governo precisava de 308 votos e obteve 312, graças aos 15 pedetistas, entre eles, o parlamentar sul-mato-grossense, que votaram a favor da proposta do presidente Jair Bolsonaro.

“Iremos votar não. A decisão se deu em nome da preservação da nossa unidade partidária. O PDT teve um papel fundamental na questão da PEC dos precatórios, pois mudamos decisivamente o texto que estava cheio de ‘maldades', conseguimos o parcelamento da dívida previdenciária dos municípios em 240 meses, o que aliviará as contas públicas e permitirá que os mesmos invistam em avanços e melhorias não só na educação, mas também em outras áreas como saúde e transporte”, disse Dagoberto.

Painel de votação dos parlamentares do PDT de todo o Brasil na PEC dos Precatórios. (Foto: Reprodução)

Segundo o parlamentar, a política é estratégica e com ou sem o PDT, a PEC teria dois turnos de votação e que o partido apresentou um substitutivo e lutou por ele, caso contrário, o cenário seria ainda pior. 

“A bancada bolsonarista e o centrão possuem votos suficientes para aprovação desta legislação e de tantas outras que eles já aprovaram na Casa de Leis. Seguimos com nosso posicionamento, firmes pelo fortalecimento do projeto que acreditamos para o Brasil, o PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), com Ciro Gomes”, finalizou o parlamentar.

Pego de surpresa com a postura de 62% da bancada pedetista no Congresso a favor da proposta, o ex-ministro e pré-candidato pela sigla, Ciro Gomes, anunciou a retirada de sua candidatura à presidência da República pelo PDT.

Assim como ele, o deputado Vander Loubet (PT) afirmou que também votará contra a PEC dos Precatórios nesta terça. No primeiro turno, o parlamentar esteve ausente, mas afirmou que “conforme consenso definido pela bancada do PT na Câmara, vou votar contra”.

E o deputado Fábio Trad (PSD), único da bancada sul-mato-grossense a votar contra no primeiro turno, manteve seu posicionamento e afirmou que a pressão para aprovar a PEC é múltipla e varia, inclusive, em seus métodos.

“Embutiram na PEC outros temas para pressionar os parlamentares a votarem a favor do calote em milhões de pessoas em todo o país. Por isso, hoje renovo com o povo e votarei não a PEC do calote”, afirmou o parlamentar em vídeo.

Procurados pela reportagem, os demais deputados da bancada sul-mato-grossense não retornaram até a publicação do texto. Mas no primeiro turno, votaram a favor do projeto: Bia Cavassa e Rose Modesto do PSDB, Loester Trutis e Luiz Ovando do PSL. Já Beto Pereira, também do PSDB, esteve ausente na primeira votação. 

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