Política

Ao fim dos 71 discursos, 50 senadores se posicionam a favor do impeachment

Nyelder Rodrigues e Alberto Dias | 12/05/2016 04:50
Senadores vararam a madrugada discursando e se posicionando sobre o impeachment de Dilma Rousseff (Foto:Marcos Oliveira/Agência Senado)
Senadores vararam a madrugada discursando e se posicionando sobre o impeachment de Dilma Rousseff (Foto:Marcos Oliveira/Agência Senado)

Terminou há pouco em Brasília (DF) a rodada de discursos dos senadores sobre a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A maioria se posicionou a favor. A votação oficial ainda ocorrerá.

Ao todo, 71 parlamentares expuseram suas opiniões e se posicionaram sobre a questão em 15 minutos, sendo que 50 deles sinalizaram voto favorável a instauração do processo de impeachment. Vinte senadores se posicionaram contra a situação e defenderam Dilma Rousseff.

Representando Mato Grosso do Sul, o senador Waldemir Moka (PMDB) falou em provas robustas e elementos suficientes para afastar a presidente. "Nunca é demais lembrar que o PT recebeu das mãos do presidente Fernando Henrique Cardoso um país com a situação normalizada. Caso essa casa aprove hoje o afastamento da presidente Dilma Rousseff, ela entregará ao seu sucessor um país com esqueletos da ordem de R$ 250 bilhões segundo projeções conservadoras", disse em seu discurso. 

A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) também discursou a favor do afastamento. "Afirmo aqui com convicção: processo do impeachment é previsto na Constituição e este, em especial, não é golpe, ele é constitucional. Ele foi regido nos mais amplos princípios constitucionais, da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal, mas mais do que isso, ele é democrático", disse.

Entre os votos a favor de Dilma Rousseff, estava o companheiro de legenda Lindberh Farias (RJ), que atacou o vice-presidente Michel Temer (PMDB). "Não vamos reconhecê-lo como presidente", afirmou o petista. Já entre os que são a favor está o tucano José Serra (SP). "Sou a favor [do impeachment], sem nenhuma alegria, nenhuma comemoração", declarou em plenário.

Para defender Dilma, o petista Humberto Costa (PT-PE) citou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que teria dito recentemente que Dilma não é criminosa. O único peemedebista contra o impeachment foi Roberto Requião (PR).

O único senador que não definiu o voto foi Fernando Collor (PTC-AL), justamente quem também sofreu processo de impeachment em 1992 - porém, antes de ser processado, renunciou ao cargo, que passou para Itamar Franco (PMDB-MG).

Caso o resultado favorável ao impeachment se confirme na votação oficial, que acontecerá logo mais, Dilma será afastada da Presidência da República por 180 dias. São necessários 41 votos para que o processo prossiga.

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