Política

Alvo de operação, Lula deixa PF após 3h de depoimento “tranquilo”

Aline dos Santos | 04/03/2016 11:53
Carro com Lula chega ao diretório do PT. (Foto: Reprodução/TV Globo)
Carro com Lula chega ao diretório do PT. (Foto: Reprodução/TV Globo)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prestou depoimento por três horas na delegacia da PF (Polícia Federal) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ele é alvo da 24ª fase da operação Lava Jato, que apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

De acordo com a Folha Online, Lula deixou o local de carro com destino ao diretório do PT. Segundo o jornal, inicialmente, um jatinho havia sido preparado para levá-lo até o aeroporto de Guarulhos (Grande SP), de onde iria de carro para sua casa.

O delegado da PF, Igor de Paula, disse em entrevista à Globo News que o depoimento de Lula foi tranquilo, e que o ex-presidente respondeu a algumas perguntas. Lula foi detido às 6h em sua casa, em São Bernardo (SP).

Conforme nota divulgada pelo MPF (Ministério Público Federal) do Paraná, “há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento triplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras”

Segundo o MPF, o instituto recebeu R$ 20 milhões em doações de empreiteiras e a LILS, empresa de palestra que tem as iniciais do ex-presidente, recebeu mais R$ 10 milhões. O Ministério Público informa que 47% das palestras da LILS foram pagas por empreiteiras envolvidas na Lava Jato: Camargo Corrêa, Odebrecht, UTC, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez. As mesmas empresas são responsáveis por 60% dos recursos do Instituto Lula entre 2011 e 2014.

Verdade - Batizada de Aletheia, que significa “busca da verdade”, a 24ª fase da operação também investiga suposto favorecimento de empreiteiras no caso de um triplex no Guarujá (litoral de São Paulo) e de um sítio em Atibaia (São Paulo). O ex-presidente nega as acusações.

“Para além da suspeita sobre a ocultação de propriedade em nome de terceiros, há fortes indícios, consistentes na palavra de diversas testemunhas e notas fiscais de compras de produtos, de que reformas e móveis no valor de pelo menos R$ 770 mil foram pagos, sem razão econômica lícita, por Bumlai e pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, todos favorecidos no esquema Petrobras”, informa a nota do MPF.

O pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Lula e que está preso, teria oferecido a reforma do sítio em Atibaia.

Violência - O Instituto Lula divulgou nota em que classifica como violência a ação que deteve o ex-presidente Lula nesta sexta-feira em São Paulo. “ A ação da chamada Força Tarefa da Lava Jato é arbitrária, ilegal, e injustificável, além de constituir grave afronta ao Supremo Tribunal Federal”, afirma o documento divulgado à imprensa.

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