Política

Agetran responsabiliza Câmara pela paralisação da obra da Júlio de Castilho

Zemil Rocha | 21/09/2013 17:29
Empresários reunidos com chefe da Agetran nesta semana
Empresários reunidos com chefe da Agetran nesta semana

Apesar de o projeto de revitalização da Av. Júlio de Castilho não poder ser mais alterado, as obras ainda não foram finalizadas por falta de recursos, segundo informação que a a diretora presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Kátia Maria Moraes Castilho. A liberação do dinheiro, cerca de R$ 700 mil, estaria dependendo da aprovação do pedido de suplementação orçamentária que está na Câmara de Campo Grande. Até agora a avenida recebeu investimento de R$ 18,3 milhões, 95% do Pró-Transporte, do Ministério das Cidades.

Kátia Moraes se referiu à supersuplementação de R$ 108 milhões que o prefeito Alcides Bernal pediu à Câmara no começo deste mês, após esvair-se o limite de 5% para remanejamento orçamentário via decreto. Os vereadores estão desconfiados do alto valor do pedido de suplementação, embora o secretário de Planejamento, Finanças e Orçamento, Wanderley Ben Hur, tenha garantido que 90% do valor é para despesa com pessoal.

Comerciantes demonstram insatisfação com a revitalização da Avenida Júlio de Castilho, durante reunião com Kátia na noite da última quinta-feira. Durante o encontro, na Associação Brasileira da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, foi apresentado o projeto final da via. Entre as principais alterações está a proibição de estacionamento ao longo da via, durante os horários de pico. Um dos anseios dos moradores do entorno era de que houvesse um corredor exclusivo para ônibus, o que não ficou contemplado no projeto.

“O projeto foi concebido durante a gestão passada da prefeitura da Capital, além de ser custeado com alguns recursos internacionais, o que não nos possibilita fazer mudanças drásticas no projeto. Por isso, a nossa preocupação durante esta gestão em ouvir todos os comerciantes, ponderando as necessidades, sugestões e o que realmente de fato se pode alterar”, afirmou Kátia Moraes durante a reunião.

Desde o início do ano, várias reuniões foram feitas para adequar o projeto às necessidades dos empresários, mas eles se sentem pouco contemplados. Alguns dizem terem sido beneficiados com a revitalização, outros estão fechando as portas por causa da queda nas vendas, como é o caso de Juarez Ubaldo, proprietário de uma papelaria e de um posto de gasolina localizados na Avenida. Ele explica que desde que as obras começaram as vendas da papelaria caíram em 60%.

“Meus clientes não conseguem mais estacionar os carros com facilidade, além disso, um ponto de ônibus foi colocado em frente ao meu estabelecimento, tendo de recuar a rua. Estou fechando as portas e já reformando outro ponto na avenida para abrigar minha papelaria que tenho há 15 anos”, declarou Ubaldo.

Dona de uma loja de móveis, Camila Caires também considera que o projeto não está atendendo a todos, pois foi construído sem a participação dos empresários ainda na gestão passada. “A prioridade agora é a finalização das obras, já que muitos transtornos foram causados, como acidentes de trânsito em alguns trechos, por exemplo. Porém, precisávamos encontrar um meio termo e, acredito que é isso que está sendo feito”, disse ela.

Um dos maiores problemas enfrentados por quem trafega pela Júlio de Castilho é a confusa sinalização de alguns cruzamentos, como o da Rua Capiberibe. Kátia Castilho entende, porém, que havia antes um excesso de sinalização. “Foram retirados o excesso de sinalização, todas as placas indicativas de semáforos, adotadas a indicação da sinalização do movimento permitido, retiradas as placas indicativas de velocidade, o canteiro central e suas placas, além do recuo de alguns trechos da avenida, bem como ampliação de outros, conforme a necessidade apresentada”, declarou a chefe da Agetran.

 

 

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