Política

“Usam palavras de uma pessoa ao léu”, diz Reinaldo sobre operação

Reinaldo Azambuja (PSDB) concedeu entrevista nesta quinta-feira e comentou declarações de corretor que se apresentou à PF

Mayara Bueno | 20/09/2018 09:23
Governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), durante discurso. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo).
Governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), durante discurso. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo).

Um dia depois do corretor de gado José Ricardo Guitti Gimaro, o "Polaco", prestar depoimento em Brasília à Polícia Federal e negar qualquer contato com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o tucano comentou nesta manhã o assunto, em entrevista à rádio Difusora Pantanal. "Usam as palavras de uma pessoa ao léu", afirmou o governador, sobre o vazamento do conteúdo da Operação Vostok.

Polaco, que se apresentou na segunda-feira à PF, depois quase uma semana foragido, negou sofrer ameaça, descartou ter mantido algum tipo de contato com o chefe do Executivo estadual e disse que as vendas de carne citadas como falsas – a fim de justificar pagamentos de propinas – eram legítimas.

"Ele diz que nunca teve contato comigo, nunca falou comigo e nunca foi autorizado por mim. As pessoas usam a palavra de uma pessoa ao léu".

O governador voltou a criticar a operação, classificada por ele como "midiática e mirabolante" por prender pessoas antes de ouvi-las. Foram 14 alvos de prisão temporária. Azambuja acrescentou que prestará contas e apresentará documentos no processo. "Eu acredito que a verdade sempre prevalece".

Sobre a JBS, Reinaldo disse que, em sua gestão, assinou apenas um Termo de Acordo para concessão de incentivos, não cumprido pela empresa. Os sócios do grupo, Joesley e Wesley Batista, em delação premiada, afirma, não só sobre atual governo, como os anteriores, que pagou propina em troca de benefícios, o que é negado pelo Estado.

"Primeira vez que vejo um grupo falar que vai pagar propina pra pagar mais imposto". O chefe do Executivo estadual disse que, dos R$ 40 milhões pagos pela JBS, em 2017, os cofres estaduais receberam R$ 199 milhões ano passado. Em 2018, "vai passar dos 230 milhões".

Vostok – Os mandados de prisão e os 41 de busca e apreensão haviam sido autorizados pelo ministro Félix Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a partir de depoimento dos irmãos Batista. A Operação Vostok foi deflagrada na quarta-feira (dia 12).

No sistema por eles afirmado, o pagamento por Tares (Termos de Acordo de Regime Especial) começou na gestão de Zeca do PT e mantido por André Puccinelli (MDB) e Reinaldo.

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