Política

"Não renunciarei", diz Michel Temer em pronunciamento sobre denúncias

Anahi Zurutuza | 18/05/2017 15:23
Michel Temer durante pronunciamento (Foto: Reprodução)
Michel Temer durante pronunciamento (Foto: Reprodução)

Michel Temer (PMDB) acaba de anunciar que não renunciará à presidência da República. O comandante máximo do país deu a declaração 21 horas depois que o jornalista Lauro Jardim do jornal O Globo publicou matéria sobre gravações feitas em ação conjunta da PF (Polícia Federal) e da PGR (Procuradoria Geral da República) que sugerem que o presidente deu aval para a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Temer reiterou o que já havia dito em nota, afirmando que “em nenhum momento autorizou pagamentos” para manter Cunha calado e que “não teme nenhuma delação”. “Não preciso de cargo público e nem de foro especial, sempre honrei meu nome e nada tenho a esconder, por isso mesmo nunca autorizei que utilizassem meu nome indevidamente”.

O presidente disse ainda que a investigação pedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) contra ele “será território onde surgirão todas as explicações”. “Não renunciarei”, repetiu uma vez a frase.

Delação – O presidente foi gravado por Joesley Batista, um dos donos da JBS, que assinou acordo de delação premiada no âmbito na Operação Lava Jato. O jornalista do O Globo classificou o conjunto de depoimentos dos sete integrantes da JBS como uma bomba com poder de destruição igual ou maior que a delação da Odebrecht.

Pelo diálogo, Temer indica a Joesley o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F, que controla a JBS. O presidente também ouviu do empresário que a JBS estava dando uma “mesada” para que Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, apontado como gerenciador da participação do deputado carioca em esquema de corrupção, ficassem calados.

Foi quando Temer incentivou, conforme a gravação: “Tem que manter isso, viu?”.

Em 28 de abril deste ano, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.

Esta é a primeira vez na Lava Jato que os investigadores utilizaram do artifício que é chamado de “ações controladas”, estratégia autorizada antecipadamente pela Justiça para se conseguir provas em flagrante. Antes de entregar o dinheiro, o dono da JBS informou o número de série das notas à PGR e à PF, que também instalaram chips nas mochilas entregues aos receptores das propinas para rastrear o dinheiro até o destino final.

Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, homologou as delações de Joesley e Wesley Batista nesta quinta-feira (18), além de autorizar investigação contra Temer. 

O vice-presidente Michel Temer passou a ocupar a cadeira de Dilma Rousseff (PT) no dia 12 de maio do ano passadp, depois que a presidente foi afastada do cargo.

Veja, no vídeo abaixo, o pronunciamento na íntegra:

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