Meio Ambiente

UFMS desmata parte de reserva para construção de empreendimentos

Filipe Prado e Edivaldo Bitencourt | 16/03/2014 08:31
Uma Unidade Processadora de Alimentos será construída em 600 metros da área (Foto: Marcos Ermínio)
Uma Unidade Processadora de Alimentos será construída em 600 metros da área (Foto: Marcos Ermínio)

Depois de polêmica envolvendo a área do Exército na Vila Sobrinho, ambientalistas contestam o desmatamento da APP (Área de Proteção Permanente) utilizada para pesquisas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) para a construção de subestação e unidade processadora de alimentos.

O desmatamento ocorreu mais de uma década após acadêmicos da instituição e ambientalistas acamparem na reserva para obrigar a prefeitura a desviar da reserva para construir a Avenida Interlagos, prevista na obra de urbanização do Córrego Bandeira. Na época, o prefeito André Puccinelli (PMDB) cedeu e fez o desvio para não desmatar a área da universidade. 

Neste ano, a própria UFMS decidiu promover o desmatamento para a execução de dois empreendimentos. O primeiro, orçado em R$ 485.000,27, prevê a construção de uma subestação de medição do Lago do Amor. Já a processadora de alimentos do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde vai custar R$ 1.434.199,56 e desmatar uma área de 600 metros quadrados.

De acordo com um funcionário da obra, outra construção será feita no local, mas estão esperando a autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

De acordo com o ambientalista e coordenador do Fórum de meio ambiente e desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul, Haroldo Martins Borralho, o local não pode ser desmatado. “O ecossistema do local tem que ser preservado, pois é um local de pesquisa. É proibido o desmatamento”, contou.

Ele lembrou que estudantes e várias entidades já ficaram acampadas no local para garantir a preservação. “Nós ficamos cerca de 15 dias acampados e conseguimos mudar o projeto, que previa que a avenida passasse dentro da APP”, comentou o ambientalista.

Segundo a assessoria de imprensa da UFMS, o local onde estão sendo feitas as obras não é área de preservação ambiental.

A ECOA (Ecologia e Ação), que liderou o protesto para preservar a reserva ambiental da UFMS, preferiu não se manifestar desta vez. 

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