Meio Ambiente

Temporal de fuligem atinge comunidade na Barra do São Lourenço

A fumaça provocou falta de ar intensa em duas pesssoas e uma outra chegou a desmaiar

Laiane Paixão | 14/10/2020 12:10



A imagem parece ter sido realizada em meio a uma nevasca, mas ao contrário do que aparenta o vídeo revela uma tempestade de fuligem proveniente das queimadas do Pantanal. O fenômeno foi registrado na Serra do Amolar na tarde dessa terça (13).

A moradora e porta-voz da comunidade da Barra do Rio São Lourenço, Leonida Aires de Souza, conhecida como Eliane, foi quem fez o registro as margens do rio. Ela conta que por volta das 16h uma nuvem de fumaça começou a levantar como se um temporal estivesse se formando, mas que não tinha vento ou trovão.

“De repente ele veio, uma nuvem enorme como chuva de fumaça, foi ficando tudo escuro e não conseguíamos enxergar nada aqui no rio”, relembra Eliane.

Além de dificultar a visibilidade, a chuva de fuligem durou a noite toda e causou problemas de saúde em todos. Segundo a ribeirinha, duas pessoas tiveram falta de ar intensa e uma menina chegou a desmaiar. “Foi muito intensa, mesmo dentro de casa a gente não estava conseguindo respirar direito”, conta.

A região da Serra do Amolar faz parte do Pantanal de Corumbá, perto da divisa entre os estado de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Mais de três milhões de hectares do bioma foram devastados pelas queimadas e uma seca histórica atinge os rios da região. 

O Sargento Carlos Alberto, do 3° grupamento de Bombeiros Militar, confirmou que o fenômeno do vídeo é resultado de uma grande carga de resíduos queimados, mas afirmam que não foram acionados na região. " Não foi realizada nenhuma solicitação recorrente a problemas de saúde dos moradores da Barra do São Lourenço', pontua.

De acordo com a meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do tempo e do Clima de MS),   Franciane Rodrigues, a estação do Inmet registrou na região rajadas de ventos relativamente fracas em relação a outros municípios do estado, mas se mantiveram constantes. “A estação registrou ventos variando entre 27 km/h  e 30 km/h por quatro horas consecutivas, o que explica o transporte intenso de fumaça com fuligem”, esclarece.

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