Meio Ambiente

Problema de quase 30 anos, lixão fechou em 2012, em meio a confusão

Aline dos Santos | 29/12/2012 09:25
Lixão começou a ser formado em 1984. (Foto: Pedro Peralta)
Lixão começou a ser formado em 1984. (Foto: Pedro Peralta)

Não foi apenas pela imensidão de detritos que o lixão chamou a atenção em 2012. Os olhos começaram a se voltar para o lugar que recebe o lixo de todos ainda nos últimos dias de 2011. Um menino morreu soterrado na montanha de detritos. O fim de Maikon Correia de Andrade foi precoce: aos nove anos

Já o fim do lixão na saída para Sidrolandia foi anunciado em 18 de dezembro deste ano. O dia foi de confrontos. Os catadores reclamavam pelo fim do ganha-pão, mesmo ainda que advindo de um cenário em que homens são equiparáveis a bichos. Já a policia estava lá para cumprir a ordem da prefeitura de Campo Grande. Por duas vezes, houve conflitos. Os policiais usaram bombas de efeito moral e balas de borracha. Os catadores recorreram a paus e pedras. Houve preso e feridos.

A 130 pessoas, foi garantido o trabalho na usina de triagem do aterro sanitário, onde serão separados os materiais recicláveis. O local começa a funcionar de forma improvisada, com esteira e prensas emprestadas por uma empresa ao consórcio CG Solurb, que venceu licitação e vai receber R$ 1,3 bilhao pelos próximos 25 anos.

A licitação, aliás, levou vários segmentos - como associações, políticos e entidades - recorrerem a Justica. O certame foi lançado em maio e concluído cinco meses depois. A vencedora reúne a Financial, responsável pela coleta do lixo desde 2005, e a LD Construções Ltda. O consórcio tem a responsabilidade de implantar um crematório para animais de pequeno porte, coleta e tratamento do lixo hospitalar, coleta seletiva, recuperar o lixão.

Além da conclusão do aterro sanitário Dom Antônio Barbosa II e implantação do aterro sanitário “Erêguaçu”.

Fechamento teve conflito entre policiais e catadores. (Foto: Luciano Muta)

O judiciario também foi cenário do embate para proibir a ativação do aterro sanitário. Em novembro, a Justica Federal acatou pedido do MPF (Ministerio Publico Federal) e mandou paralisar as obras.

De acordo com a sentença, havia indícios de “súbita substituição das mantas de impermeabilização de 2 mm para 1,5 mm; adequação de licença ambiental ao contrato de modo irregular e indevido; realização de apenas 42% da obra, incompatível com a percentagem dos valores já repassados (80%); novo processo licitatório para a realização de obras no mesmo aterro sanitário; conclusão da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) de que as obras não foram concluídas; falta de autorização para transposição de duto sob a rodovia do anel rodoviário.”

A prefeitura pediu reconsideração e juntou ao processo novo laudo, demonstrando a execução das obras que faltavam para dar a destinação correta aos resíduos sólidos. O aterro começou a funcionar em 28 de novembro.

Já o lixão, agora fechado, segue há 28 anos impressionando os olhos e pertubando o olfato de quem passa na saída para Sidrolandia.

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