Meio Ambiente

Poda de árvore sem autorização pode gerar multa de até 5 mil

Viviane Oliveira | 19/02/2013 09:29
Professor Geraldo diz que o ideal é plantar árvores do Cerrado. (Fotos: Simão Nogueira)
Professor Geraldo diz que o ideal é plantar árvores do Cerrado. (Fotos: Simão Nogueira)
Árvore mutiladas na rua José Soares Dias, no bairro União.

Fazer poda radical ou remover uma árvore sem autorização é considerado crime ambiental. A multa vai de R$ 680 a R$ 5,2 mil e varia conforme a espécie. Apesar de a Capital ser arborizada, basta dar uma volta na cidade para ver a quantidade de árvores que foram mutiladas ou podadas sem nenhuma técnica.

Em novembro do ano passado a poda radical de um ipê na avenida Mato Grosso gerou polêmica nas redes sociais. Internautas postaram fotos da árvore antes da poda, mostrando que os galhos atrapalhavam a visão do painel eletrônico e, depois, com o corte da árvore e equipamento à mostra. A repercussão foi tanta que a Prefeitura denunciou e, o caso foi parar na Polícia.

De acordo com a delegada da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e Proteção aos Turistas), Rozeman Geise Rodrigues de Paula, a poda radical também pode render processo judicial. “Além da multa aplicada pela Prefeitura, a pessoa responde perante a justiça”, afirma.

Mas o que fazer com uma árvore que ameaça cair ou está atrapalhando a rede de energia elétrica? O professor de botânica da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), Geraldo Alves Damasceno Júnior, explica que na maioria das vezes a árvore que sofre uma poda radical rebrota.

No entanto uma poda mal feita ou a mutilação da copa aumenta a chance de uma árvore cair e causar danos. Segundo o professor, a melhor época para fazer a poda, que deve ser realizada por uma empresa ou pessoa especializada, é em períodos mais secos, de maio a agosto. Já quem pretende remover uma árvore precisa ter autorização da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

Na rua da Pátria, árvores da espécie fícus foram mutiladas. Estas plantas não são recomendadas para serem utilizadas em arborização urbana.
Dona Cleuza tem orgulho de mostrar a árvore ‘Dama da Noite’ que em 19 anos nunca precisou ser podada.

“No período chuvoso a exposição do corte pode ser contaminado com fungos e bactérias resultando no apodrecimento da planta. O cupim aproveita o lenho previamente apodrecido pelos fungos para se alojar nas árvores”, explica.

Antes de plantar uma árvore, recomenda o professor, a pessoa deve escolher uma espécie baixa que podem ser plantada abaixo do fio elétrico e com poucas raízes para não danificar calçadas e nem muros.

Depois de 18 anos a aposentada Erailda Maria da Costa, 68 anos, teve que se desfazer de uma árvore da espécie fícus, que não é recomendada para ser utilizada na arborização urbana. A planta provoca estrago em calçadas e tubulações.

“Esta planta busca água onde tiver, não adianta colocar mureta para impedir que as raízes aumentem”, destaca o professor. O plantio desse tipo de espécie é recomendado somente em áreas isoladas, como jardins extensos e fazendas.

O ideal seria plantar árvore do Cerrado”, aconselha o professor. A pessoa pode optar por ipês, cedro, oiti ou mudas de árvores frutíferas como, por exemplo, acerola, pitanga e jaboticaba.

Sem poda – A lojista Cleuza Salvá Mosca, de 61 anos, tem orgulho de mostrar a árvore que fica em frente de casa. Segundo ela, a planta que se chama ‘Dama da Noite’ tem mais de 19 anos e nunca precisou ser podada. “Além de dar flores e sombra, ela não atrapalha a fiação elétrica", finaliza.

O telefone da Semadur para solicitar remoção de árvore que ameaça a cair ou está atrapalhando a rede de energia elétrica é 156. 

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