Meio Ambiente

Pela água, bombeiros se mobilizam para combater fogo na Serra do Amolar

Ação faz parte da Operação Pantanal deste ano, realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar

Guilherme Correia | 03/08/2022 12:49


Por meio dos barcos "seriema", nesta quarta-feira (3), bombeiros começarão combate a incêndios na região da Serra do Amolar, em Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande. Ontem, o primeiro foco nos arredores foi detectado pela Pantera (Plataforma Integrada para Gestão de Incêndios Florestais). Ainda assim, focos de calor têm ocorrido desde junho.

De acordo com o capitão Eliel Rodrigues da Silva, ação que faz parte da Operação Pantanal deste ano, do Corpo de Bombeiros Militar, levará oito militares para o trabalho. “Na tarde desta quarta-feira, oito militares para fazer combate de chamas na região e amanhã pela manhã, [haverá] sobrevoo com aeronave para verificar acessos estratégicos, para fazer combate com eficiência.”

Mais cedo, o presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Angelo Rabelo, explicou ao Campo Grande News que um novo sistema de alertas foi implantado cobre cerca de 1 milhão de hectares do entorno. Após o monitoramento, é feito contato com autoridades.

Segundo ele, satélites levariam cerca de três dias para detectar o fogo, mas a tecnologia permite a verificação, em um curto espaço de tempo. “Tenho certeza que fará a diferença nesse trabalho de prevenção e combate ao fogo nessa temporada.”

Região da Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. (Foto: Haroldo Palo Jr.)
Região da Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. (Foto: Haroldo Palo Jr.)

Pantanal - A estação úmida do bioma, que conecta lagoas e forma ampla área alagada, costuma ocorrer entre os meses de outubro e março, enquanto a seca se estende de abril a setembro.

Neste ano, os bombeiros têm feito triagem dos focos de incêndio, monitorados via satélite, para apurar se o fogo é autorizado. Conforme o órgão, caso seja ação ilegal, equipes são mobilizadas e enviados relatórios às autoridades competentes.

De janeiro a julho, o Pantanal já perdeu mais área por incêndios que no mesmo período, no ano passado. O aumento no território queimado foi de aproximadamente 29%, de 99,5 mil para 128,9 mil hectares, segundo o Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Até o fim do ano, decreto de situação de emergência em 14 cidades entra em vigor, com situações especiais para combate a incêndios florestais nos próximos 180 dias.

Em 2021, os Ministérios Públicos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apontaram que a maior parte (60%) das queimadas no bioma, que resultaram em "impactos incalculáveis à biodiversidade, à saúde humana e à economia", têm como principal hipótese uma ligação com atividades agropastoris.

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