Meio Ambiente

Instituto nacional apresenta projeto para MS reduzir atropelamento de antas

Fernanda Yafusso | 03/11/2016 22:22

Em apenas três anos 250 antas morreram atropeladas em rodovias de Mato Grosso do Sul, sendo 93 na BR-267; 74 na MS-040 e 46 na BR-262. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (3) durante uma reunião técnica realizada no gabinete do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

O estudo elaborado e apresentado por pesquisadoras do IPE (Instituto de Pesquisas Ecológicas), foi realizado através de uma iniciativa nacional para a conservação da anta brasileira, e monitorou um total de 1.300 quilômetros de forma sistemática ou aleatória.

A reunião técnica entre representantes da Semade (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), Imasul e a 34ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, foi o primeiro passo para buscar a redução no número de atropelamentos e também para manter a segurança dos usuários das estradas.

Pesquisa - Durante a reunião, as pesquisadoras do instituto Patrícia Medici e Fernanda Abra apresentaram os resultados do monitoramento de atropelamentos de Anta Brasileira.

Em 10 metros de oito rodovias sul-mato-grossenses, que incluem três rodovias federais (BR-267, BR-262 e BR-163) e cinco rodovias estaduais (MS-040, MS-080, MS-134, MS-145 e MS-395, aproximadamente 93 animais morreram na BR-267 e 74 na MS-040.

Soluções também foram apresentadas durante o encontro para que os números diminuam. Entre eles os mais eficazes, segundo as pesquisadoras, seriam o passador de fauna e o cercamento para os animais.

Foi comprovado também, durante a pesquisa, que as placas de sinalização ao longo das rodovias, possuem eficiência zero. Ainda segundo a pesquisa, durante os seis anos de monitoramento, 18 pessoas morreram em acidentes envolvendo os animais nas rodovias e 20 pessoas ficaram feridas nesse mesmo período.

Idade - Só na MS-040 das 49 carcaças de antas encontradas vítimas de atropelamentos, 17 eram machos, 7 fêmeas e 25 eram de sexo não determinado devido às condições da carcaça. Já as idades dos animais, 30 eram adultas, 10 sub-adultas, 3 filhotes ou juvenis e 6 eram de classe de idade não determinada devido às condições da carcaça.

Nas demais rodovias, 165 antas foram atropeladas entre abril de 2013 e novembro deste ano. 32 eram fêmeas, 55 machos e 78 de sexo não determinado devido às condições da carcaça. Já as idades eram de 96 adultas, 25 sub-adultas, 9 filhotes ou juvenis e 35 de classe de idade não determinada devido às condições da carcaça.

Pontos críticos - Dados coletados durante a pesquisa demonstram que alguns trechos das rodovias monitoradas possuem situações mais críticas de atropelamentos, esses trechos foram chamados de hotspots. Na BR-267 foram registrados 3 hotspots; na BR-262 sentido Campo Grande – Três Lagoas foram 3 hotspots. Já na MS-040 o monitoramento apontou a existência de 4 hotspots.

Segundo o levantamento, os pontos críticos em algumas regiões podem ocorrer em razão de uma provável estrutura da paisagem, como presença de corpos d’água, fragmentos florestais e oferta de recursos alimentares. Situações que são determinantes para que os animais utilizem mais ou menos, alguns trechos da rodovia.

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