Meio Ambiente

Fogo consome área rural na região de Piraputanga nos últimos 3 dias

Incêndios na região têm resistido às ações de combate de moradores e do Corpo de Bombeiros

Humberto Marques | 09/09/2019 17:30
Fogo consumiu matas na região de Piraputanga. (Foto: Luiz Felipe Mendes )
Fogo consumiu matas na região de Piraputanga. (Foto: Luiz Felipe Mendes )

Desde sexta-feira (6), um incêndio de grandes proporções consome a vegetação na região de Piraputanga, em Aquidauana –a 135 km de Campo Grande. O fogo se espalhou por áreas a cerca de 2 quilômetros da estrada do distrito e seguiria em direção ao acesso a Palmeiras, de acordo com informações do jornal O Pantaneiro. Embora o Corpo de Bombeiros tenha conseguido controlar as chamas, em pouco tempo novos focos surgem e as chamas novamente se alastram.

As chamas atingem áreas de reservas e de propriedades rurais na localidade conhecida como Flor de Lis, próximo a morrarias. Somente a fazenda Santa Angélica, da produtora rural Magna Trindade Fontoura, teve mais de 200 hectares consumidos pelo fogo, conforme relatou seu marido, Jolivete Souza Fontoura.

“Desde sexta-feira o foto atinge a região. Estive lá ontem, a comunidade e os bombeiros conseguiram apagar, mas hoje cedo começou de novo por trás do morro”, afirmou ele. “Foi um estrago danado, mais de 70% da propriedade pegou fogo”.

Segundo Jolivete, incêndios na região de Piraputanga não são uma novidade, porém, a frequência e intensidade das chamas neste ano chama a atenção. “No ano passado teve fogo na beira da rodovia que entrou um pedaço pelo corredor, não sei se causado por bituca de cigarro, mas controlamos e acabou. Acho estranho que neste ano está meio geral, para todo o lado”, considerou. Ele relatou que áreas rurais na região da Serra da Bodoquena, próximo às terras kadiwéus, também tem registrado incêndios frequentes neste ano.

O produtor rural não se lembra da última chuva que atingiu a região com intensidade para, de fato, aplacar a longa estiagem. “A última chuva teve só uns pinguinhos. Agora é apelar para São Pedro e tirar o gado, olhar a cerca e ver o que estragou, o que infelizmente ficou de prejuízo”, contou. Outras áreas rurais nas imediações também foram atingidas pelas chamas. “Estamos todos juntos para enfrentar isso, não é fogo causado por fazendeiro”, reforçou.

Levantamento do Corpo de Bombeiros divulgado no sábado (7) pelo Campo Grande News aponta que, de janeiro até a primeira semana de setembro, o número de incêndios atendidos pela corporação já superava em mais de 20% o total de acionamentos em 2018 na Capital e no Estado como um todo: foram 2.834 na cidade, contra 2.002 no mesmo período do ano passado; e 4.910 pelo Estado, ante 3.864 em setembro, ou 27% a mais.

Ações para enfrentar chamas são realizadas desde sexta-feira. (Foto: Luiz Felipe Mendes )
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