Meio Ambiente

Em tempos de falta de água, hotel economiza com uso de chuva e sol

Caroline Maldonado | 24/02/2015 08:59
Placas garantem aquecimento em hotel, mesmo quando tempo está parcialmente nublado (Foto: Alcides Neto)
Placas garantem aquecimento em hotel, mesmo quando tempo está parcialmente nublado (Foto: Alcides Neto)
Com uma plaquinha sobre a cama, hóspedes têm a opção de avisar quando, de fato, precisam que os lençóis sejam trocados (Foto: Alcides Neto)

Sol e chuva. Juntos, esses elementos podem diminuir muito os gastos com água e energia em uma casa ou empresa. A promessa de economia já tornou muitas famílias adeptas das placas solares, em Campo Grande. Elas captam a luz solar, que é usada no aquecimento da água, mas há ainda outros sistemas, que podem aliviar o orçamento e, com a crise hídrica, que afeta a geração de energia no país, a preocupação não é apenas com o próprio bolso.

Medidas simples, como armazenar água da chuva para lavar calçadas ou reutilizar a que foi usada na lavagem de roupas, ainda não são comuns entre os campo-grandenses. Talvez, porque economizar para valer requer um investimento, que traz retorno a médio e longo prazo.

Quando se fala em aproveitamento ou reuso, empresas e instituições saem na frente. No Jardim Itamaracá, há cinco anos, a Escola Municipal José Antônio Paniago armazena água da chuva para lavar o pátio, a quadra, janelas e as calçadas. A iniciativa não tem a ver com o poder público, mas foi idealizada por um professor, como mostrou reportagem do Campo Grande News, veiculada em novembro de 2014.

Com equipamentos caros e engenhosos, grandes empresas economizam milhares. No entanto, além de usar as conhecidas lâmpadas de LED (Diodo Emissor de Luz), há outras formas de diminuir o consumo de energia e água, que podem ser adotadas em pequenas empresas e residências.

Usar aparelhos de baixo consumo é a primeira regra. O que muitas pessoas não sabem é que até uma cortina pode reduzir os custos. Elas bloqueiam a entrada de luz solar no ambiente, que acaba precisando de menos refrigeração do ar-condicionado. Outra opção é a película de vedação de luz e raio solar, conhecida como insulfilm.

“Corrente de enoconomia” - O insulfilm na fachada e nas janelas é apenas um dos responsáveis pela economia de R$ 15 mil por mês, no hotel em que circulam 130 funcionários, além de hóspedes de mais de 190 apartamentos. A estimativa é do gerente de manutenção e patrimônio do hotel Deville Prime, Alan Nogueira dos Santos, que abre as portas hoje (23), na Capital.

O hotel tem calhas que fazem captação da água da chuva, armazenada em duas cisternas. Cada uma tem 60 m³, ou seja, estoca 60 mil litros. A água é tratada e usada nas torneiras de serviço e vasos sanitários dos vestiários, além da irrigação do jardim. Com isso, o gerente garante que serão R$ 8 mil a menos na conta mensal, que deve ficar em torno de R$ 35 mil. A previsão de 22% de economia é com base nas outras unidades do grupo, que já usam as cisternas há 6 anos.

Em hotel, calhas levam água até as cisternas, que geram economia de até R$ 8 mil por mês (Foto: Alcides Neto)
Com equipamentos caros e engenhosos grandes empresas economizam milhares nas contas de água e energia (Foto: Alcides Neto)

Para conseguir uma economia significativa, explica o gerente, é preciso pensar em cada detalhe, ou seja, como cada parte do prédio pode ser alterada para reduzir o consumo. “As coisas estão interligadas. Não adianta ter um ar-condicionado econômico se não usamos outros recursos”, comenta Alan, ao lembrar que até o hóspede que faz a sua parte, ajuda na economia. Com uma plaquinha sobre a cama, eles têm a opção de avisar quando, de fato, precisam que os lençóis sejam trocados. “Eles estão cada vez mais conscientes. Desligam o ar-condicionado quando saem do quarto”, avalia o gerente.

Na lavanderia, continua a “corrente da economia”. As máquinas têm drenos para reutilizar a água para lavagem de panos de limpeza. “A cultura da empresa é toda voltada para o meio ambiente, por isso temos essas medidas para diminuir o consumo. Fazemos também coleta seletiva e temos uma empresa que recolhe lâmpadas, pilhas e óleo de cozinha”, destaca o gerente geral, Marcelo Mesquita.

Os R$ 7 mil a menos na conta de energia ficam por conta de um ar-condicionado central. “Enquanto com outro equipamento seriam consumidos 0,7 Kwh por tonelada de refrigeração, com o Chiller são gastos apenas 0,4 Kwh. O que representa economia de 42%”, revela Alan sobre o equipamento conhecido também como CAG (Central de Água Gelada).

“Investir nisso é muito importante, porque sabemos que entre 50% e 60% da conta de energia é referente ao gasto com ar-condicionado. Temos um hotel em São Paulo, em que a conta de energia passou de R$ 130 mil para R$ 90 mil após a instalação desse sistema de refrigeração. Isso deu uma economia é de 30% e ainda usamos aparelhos periféricos de alta-eficiência”, detalha o gerente de manutenção e patrimônio.

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