Meio Ambiente

Comitiva encontra “herança” da seca das vazantes em penúltimo dia de campo

Grupo teve dificuldades que deverão orientar regras para aplicação da Lei do Pantanal

Por Gabriela Couto | 26/03/2024 14:33

Entrando no terceiro e penúltimo dia da Expedição Pantanal, o grupo de 20 pessoas do Governo de Mato Grosso do Sul, pesquisadores e produtores rurais já percorreu quase 400 km na Nhecolânndia e chegaram à Fazenda Santa Clara.

Na segunda-feira (25), a comitiva saiu da Fazenda Santa Fé do Corixinho para visitar invernadas da região, que são pastos em rebrota, leiras regeneradas, e sistema Voisin de rotacionado de pastagens. 

Durante a visita, as pastagens e vegetação predominantes, passando por estrutura de corredor e sistema de armazenamento de água, o secretário-executivo de Meio Ambiente, Artur Falcette, destacou as dificuldades que os produtores enfrentam.

Círculo colorido mostra percurso que a comitiva irá fazer até esta quinta-feira (28), no Pantanal (Foto: Reprodução)
Círculo colorido mostra percurso que a comitiva irá fazer até esta quinta-feira (28), no Pantanal (Foto: Reprodução)

“Pudemos conhecer como a lei pode ser aplicada na prática. E por conta da seca dos três últimos anos consecutivos no Pantanal, deixando o pulso de inundação bastante alterado, refletiu nas espécies invasoras”, ponderou.

Ele explica que a água tem um papel muito importante no controle das principais espécies que não fazem parte do bioma. “Observamos a invasão extensa, por exemplo, de lixeiras e canjiqueiras, que mudam as características dos campos nativos”. 

Para o presidente da ABPO (Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável), Eduardo Cruzetta, a visita do grupo ao bioma nesses dois primeiros dias já foi possível mostrar realidades diferentes, como sistema tradicionais e  outros com tecnologia avançada.

"Tem sido importante para ver as dificuldades que vivemos no momento, principalmente com o baixo índice pluviométrico dos últimos quatro anos e o quanto isso afetou os campos. Nesse ano não tivemos enchentes e muitas vazantes não ocorreu água. Isso afeta de certa forma o campo, com alto índice de invasoras monodominantes, de espécie nativas, em sua grande maioria na região da Nhecolândia", acrescentou. 

Cruzetta está otimista com o possível resultado da expedição, que pode direcionar políticas públicas de manejo das áreas afetadas e restauração dos campos nativos. "Isso servirá para manutenção da paisagem, de forma a melhorar e manter a produtividade do gado da região", concluiu. 

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