Meio Ambiente

Com tanta serpente aparecendo por aí, biotério lança "disque resgate"

De janeiro a dezembro de 2020, PMA resgatou 66 cobras; este ano, só até maio, o número já chegou a 48

Paula Maciulevicius Brasil | 19/05/2021 13:25
Disque resgate de serpentes agora funciona com orientações também aos finais de semana. (Foto: Assessoria de Comunicação UCDB)
Disque resgate de serpentes agora funciona com orientações também aos finais de semana. (Foto: Assessoria de Comunicação UCDB)

Com o tanto de serpentes aparecendo pelos bairros da Capital, o biotério da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) agora concentrou o serviço de resgate no "disque resgate". Funcionando em horário comercial de segunda a sexta e com plantões aos finais de semana, é possível ligar ou mandar um WhatsApp para o número 3312-3688 e acionar o resgate no caso de encontrar com uma cobra por aí.

Dados da PMA (Polícia Militar Ambiental) mostram que o número de animais capturados aumentou 72% comparado com ano passado. De janeiro a dezembro de 2020, os militares resgataram 66 cobras/serpentes, em 2021, só até maio o número já chegou a 48 resgates. 

Para a bióloga do biotério, Fernanda de Cássia Gonçalves Alves, a maior incidência é fruto do aumento da urbanização da cidade aliada às altas temperaturas "Quanto mais a cidade cresce, maior o aparecimento das serpentes em residências e áreas urbanas", explica. 

Biotério trabalha com animais para pesquisa. (Foto: Assessoria de Comunicação UCDB)

Quem trabalha no resgate e também nas pesquisas percebe que o aumento tem sido em especial da espécie "Bothrops alternatus", popularmente conhecida como urutu-cruzeiro, cruzeira ou jararaca, principalmente na região da Base Aérea, aeroporto e bairro União. 

Com o resgate funcionando das 7h às 17h de segunda a sexta, o biotério vai ter sempre um funcionário à disposição da população para tirar dúvidas. "Quando as pessoas ligam, geralmente elas estão bem assustadas, perguntam se ela é venenosa, como pode segurar a serpente", conta Fernanda.

Do outro lado da linha, a orientação é para que o animal seja contido até que o resgate possa chegar. "Aconselhamos utilizar um cabo de vassoura ou rodo para tirar ela do local com muita calma e colocar um balde em cima", explica a bióloga.

Junto do "disque resgate", o biotério reforça a conscientização para que as pessoas não matem as espécies. "É extremamente importante não abater a cobra, pois o veneno é utilizado em pesquisas para a produção de novos fármacos e do soro antiofídico pelo Instituto Vital Brasil, localizado em Niterói, no Rio de Janeiro, que é distribuído para todo o Brasil", explica a coordenadora do Biotério UCDB, professora Dra. Paula Helena Santa Rita.

São 34 serpentes moradoras do biotério, e número tende a aumentar com disque resgate. (Foto: Assessoria de Comunicação UCDB)

No biotério UCDB são mantidas 34 serpentes urutu-cruzeiro, nativa do Cerrado, sendo que neste ano, a instituição recebeu até o momento três resgatadas pela PMA e uma resgatada pelo próprio biotério. Todos da região do Aeroporto e Base Aérea da Capital. 

Desde que o "disque resgate" começou, o biotério recebeu apenas um chamado, mas a serpente estava em via pública e escapou até a chegada da equipe

O telefone do "disque resgate" é o 3312-3688, que recebe tanto ligações como mensagens de WhatsApp. O trabalho de resgate conta com a parceria do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul, e ainda funciona como apoio à Polícia Militar Ambiental, que resgata os pedidos que chegam pelo telefone: 3357-1501. 

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