Meio Ambiente

Com chuvas constantes, ribeirinhos temem “supercheia” no Pantanal

Caroline Maldonado | 27/01/2016 08:56
Ribeirinhos acreditam que terão de deixar casas como em cheia ocorrida em 2014 (Foto: Divulgação/Ecoa)
Ribeirinhos acreditam que terão de deixar casas como em cheia ocorrida em 2014 (Foto: Divulgação/Ecoa)

 

 

Ribeirinhos e fazendeiros já se preparam para uma “supercheia” no Pantanal, que pode ocorrer caso as chuvas continuem elevando o nível dos rios. Apesar de ainda não haver um alerta de cheia extraordinária da entidade que monitora os rios na região, quem mora no local já prevê transtornos.

A catadora de iscas e moradora da comunidade tradicional de Porto da Manga, Elizete Soares, já pensa em como se organizar para não ficar ilhada. “Eu acho que vai ter uma grande cheia. A água vai chegar e não teremos espaço”, comentou. A comunidade em que ela mora fica no encontro do Rio Paraguai e a Estrada Parque Pantanal, a 60 quilômetros da cidade de Corumbá, considerada a Capital do Pantanal, a 419 Km de Campo Grande.

A 3 horas de barco da cidade, em comunidade a beira do São Francisco, Daniel de Moraes, garante que a cheia este ano será como em 2014, o último em que os rios subiram além do normal. Segundo o ribeirinho, nos últimos dez dias o rio Taquari subiu muito e próximo à sua caso, o nível da água está próximo de atingir os índices máximos observados anteriormente.

“A gente tá esperando uma enchente grande e acredito que será igual a de 2014. O lado do Taquari está tudo cheio, eu fui pra lá e tem muita água vindo”, disse Daniel. Os ribeirinhos já estão se preparando para saírem de suas casas e buscarem abrigo nas regiões mais altas.

Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), no Rio Cuiabá, na Estação de Porto Alegre, em Mato Grosso, o nível já está acima de 5,8 metros. No Rio Paraguai, na Estação de Porto Murtinho, a água está 5,4 metros acima do nível. Com isso, caso as chuvas continuem, terá “supercheia”. A Embrapa emitiu alerta para o nível do Rio Paraguai na semana passada, mas informou que só haverá supercheia se as chuvas continuaram constantes. 

Além disso, o El Niño pode provocar mais chuvas para a região da BAP (Bacia do Alto Paraguai), conforme previsão do Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul).

As últimas grandes cheias no Pantanal foram em 2011 e 2014. Na primeira, fazendeiros perderam gado e ribeirinhos tiveram que deixar suas casas. No ano retrasado, os níveis do Rio Paraguai ultrapassaram os de 2011 em várias regiões como Cáceres, no Mato Grosso, e no encontro dos rios São Lourenço e Paraguai, onde as águas alcançaram 6,30 metros.

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