Meio Ambiente

Caso de peixes agonizando no Anhaduí será encaminhado ao Imasul e MPE

A PMA vai elaborar relatório embora ainda não tenha confirmado morte de animais por falta de oxigênio

Tainá Jara | 30/08/2019 17:32
Carpas e cascudos estão entre espécies flagradas aglomeradas embaixo de duto d´'água que deságua no Anhanduí, na última quinta-feira (Foto: Direito das Ruas/Marcelo Calazans)
Carpas e cascudos estão entre espécies flagradas aglomeradas embaixo de duto d´'água que deságua no Anhanduí, na última quinta-feira (Foto: Direito das Ruas/Marcelo Calazans)

A PMA (Polícia Militar Ambiental) elabora relatório sobre a possível redução de oxigênio no Rio Anhanduí, localizado na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, responsável por deixar os peixes agonizando em trecho do curso d'água. O documento deve ser encaminhado para o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e para o MPE (Ministério Público Estadual).

Reportagem publicada nesta quinta-feira, pelo Campo Grande News, mostrou cardume agonizando em busca de oxigênio em ponto do córrego localizado na altura da Rua Santa Adélia, em frente ao shopping Norte e Sul. O comportamento dos peixes, aglomerados embaixo de um duto d´água, chamou a atenção de pessoas que passavam pelo local e registraram o momento.

Na manhã desta sexta-feira, o fenômeno voltou a se repetir no mesmo local. “Lá pelas 8h da manhã, eles estavam todos acumulados juntinhos no canto. Tinha bastante”, confirmou o assistente de pedreiro Maikon Santos da Silva, 30 anos.

A situação mobilizou equipes da PMA para vistoria no local. Conforme o tenente coronel Ednilson Queiroz, não foram encontrados peixes mortos e nem agonizando no momento da fiscalização. No entanto, a situação será acompanhada.

Biólogo, o militar explica que o comportamento do cardume pode estar ligado a diminuição considerável do nível da água no local, por causas naturais ou retenção em algum ponto, e também a altos índices de poluição. Tais aspectos ocasionam a diminuição de oxigênio no rio dificultando o processo respiratório dos animais, podendo levá-los até a morte.

 

Poluição chama atenção em trecho onde cardume foi encontrado (Foto: Kisie Ainoã)

Qualidade da água – Conforme o programa Córrego Limpo, responsável por monitorar a qualidade da água nos rios da Capital, o Rio Anhanduí está localizado em área de alta densidade populacional, o que o leva a registrar altas taxas de poluição.

Em nota, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) ressaltou que o monitoramento realizado nos córregos e rio na área urbana é referente à qualidade da água e não referente à fauna.

“Dentre as ações do Programa Córrego Limpo há o monitoramento dos eventuais lançamentos de efluentes, águas pluviais, fiscalização em residências e empreendimentos próximos ao Rio que possam ser potencialmente poluidores, além de verificar também a correta ligação desses locais à rede coletora de esgoto”, manifestou a secretaria.

Obra – Desde o ano passado, este trecho do Rio Anhanduí passa por obras de revitalização. Com o objetivo de solucionar os problemas de drenagem no trecho, a construção tem causado impacto no curso d’agua, principalmente, com o depósito de resíduos como terra e pedras.

Orçado em quase R$ 49 milhões, o projeto segue a passos lentos desde o início de 2019 devido a atrasos nos repasses de recursos do governo Federal, responsável por financiar a maior parte do projeto.

Veja as imagens abaixo:

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