Meio Ambiente

Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, registra níveis abaixo da média esperada

Serviço Geológico do Brasil indica que todos pontos de coleta de dados apresentam cotas inferiores para o mês

Por Gabriela Couto | 14/02/2024 19:31
Três barcos percorrem o rio Paraguai durante expedição (Foto: Arquivo/Silas Ismael)
Três barcos percorrem o rio Paraguai durante expedição (Foto: Arquivo/Silas Ismael)

Os rios da Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, registram níveis abaixo da média esperada para o mês de fevereiro, que deveria ser a época de cheias na região que engloba Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A confirmação é do Boletim de Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil. Com o deficit de chuvas, em algumas estações foram observadas cotas similares aos anos de secas extremas.

O cenário acende sinal de alerta para os próximos meses e evidencia a necessidade de ações para mitigar os impactos.

“Os níveis estão abaixo da média em todos os principais afluentes – Alto Paraguai, Cuiabá, Taquari, Miranda, Palmeiras, Aquidauana. É um mês de fevereiro que está entre os piores do histórico em alguns locais importantes da calha principal do Rio Paraguai, inclusive em Cáceres (MT) e Porto Murtinho (MS)”, explicou o pesquisador em geociências do serviço, Marcus Suassuna.

De acordo com ele, os rios Cuiabá, Miranda e Aquidauana também encontram-se com níveis abaixo da faixa de normalidade. “Não há previsão de reversão do quadro no curto ou longo prazos”, alerta.

Em Cáceres (MT), o nível chegou a 1,6 m na quinta-feira (8) e sexta-feira (9), marcou 1,72 m. A mediana para o período é de 4,2 m.

Desde 1965 é realizado o monitoramento da estação. No ano passado, nesta mesma data, estava na marca de 4 m. Em 2021, ano da mínima histórica em setembro, o rio estava na cota de 2,32 m em 8 de fevereiro.

Na estação de Porto Murtinho (MS), o rio alcançou a marca de 1,67 m na quinta (8) e, na sexta (9), chegou a 1,7 m. O nível está muito abaixo da cota mediana, de 3,3 m.

Essa marca é similar à observada em 1971, quando ocorreu a mínima histórica (0,73 m em setembro) da série que é monitorada desde 1939. Naquele ano, o rio alcançou 1,65 m, em 8 de fevereiro. No ano da mínima mais recente, em 2021, Porto Murtinho registrou 2,93 m na mesma data.

Tabela de dados do monitoramento hidrográfico da Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal (Foto: Reprodução)

Esse cenário é resultado das chuvas abaixo da média na Bacia do Rio Paraguai. Entre outubro de 2023 e janeiro deste ano, choveu 350 mm, segundo dados do Sistema Global de Previsão em Conjunto, criado pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental. O esperado para o período é de 570 mm.

De acordo com o modelo de previsões, para as próximas semanas são previstos acumulados de chuva da ordem de 42 mm. Diante disso, há perspectiva de subidas graduais em Ladário (MS), Forte Coimbra (MS) e Porto Murtinho (MS). 

São previstas descidas em Cáceres (MT) e Barra do Bugres (MT). Em Cuiabá (MT), os modelos indicam oscilação de nível nas próximas semanas, com previsão de inicial subida e posterior descida de nível.

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