Meio Ambiente

Até quando essa fumaça ficará sobre nossas cabeças? Poluentes bagunçam previsões

Sistema de alta pressão em alto mar está inibindo o transporte das partículas para a região sudeste

Por Gabriela Couto | 20/11/2023 17:57
Até quando essa fumaça ficará sobre nossas cabeças? Poluentes bagunçam previsões
Nos altos da Avenida Afonso Pena é possível ver densa camada de fumaça sobre a Capital e carros de farol ligado em período diurno (Foto: Juliano Almeida)

Um sistema de alta pressão no Oceano Atlântico tem sido responsável por empurrar a fumaça dos incêndios do Pantanal para dentro do continente. A imagem de céu totalmente encoberto pela densa camada cinza deverá perdurar nos próximos dias.

Segundo a meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Andrea Ramos, o vento que vem do mar inibe o transporte para a região sudeste.  

“Pelas imagens percebemos que ao chegar em Campo Grande, esse vento do alto mar sofre um desvio ao encontrar com os ventos do noroeste e sai para sudoeste, atingindo o norte do Paraguai, sul da Bolívia e norte da Argentina”, explica.

Pelas imagens do satélite do Windy, a previsão é que as partículas de dióxido de carbono, provenientes da combustão permaneçam sobre todo o Estado até quinta-feira (23). 

Com a extinção dos focos de incêndios e a perda de força do sistema de alta pressão que vai para o mar, o corredor de ventos da Amazônia voltará a empurrar a fumaça sentido sudeste. Veja abaixo.  

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No entanto, vale ressaltar que os brigadistas continuam no Pantanal monitorando o rescaldo das queimadas. O bioma tem histórico de retomada das chamas, por meio do fogo de turfa, quando o foco continua aceso por debaixo da terra, consumindo biomassa e se alastrando silenciosamente.

Pelas imagens também é possível perceber que os incêndios na Amazônia boliviana poderão ser responsáveis pela permanência de poluentes na atmosfera, mantendo a baixa qualidade ar. 

Outro destaque é a questão da não consolidação das previsões de temporais. “Tem condições de chuva com trovoadas, com volume significativo na quinta e sexta. Mas as nuvens de poluentes podem estar bagunçando tudo”, acrescentou a meteorologista.

Estudos científicos comprovaram que a quantidade de partículas formadas pelas queimadas torna a atmosfera mais estável e dificulta os movimentos verticais das massas de ar. 

Além disso, fumaça em excesso inibe as chuvas, porque o vapor d’água no ar precisa grudar em volta de alguma partícula. Quando o número de partículas é muito grande, as gotas que formam são pequenas demais para cair ao chão como chuva.

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