Meio Ambiente

Área queimada do Pantanal em agosto equivale a 30 vezes o tamanho da Capital

Levantamento do Campo Grande News mostra, inclusive, que área incendiada corresponde a nove vezes a soma de todas as cidades de MS

Guilherme Correia | 10/09/2020 16:22
Brigada combate as chamas altas no Pantanal de Corumbá.(Foto: PrevFogo)
Brigada combate as chamas altas no Pantanal de Corumbá.(Foto: PrevFogo)

Somente no mês de agosto, 10.179 km² (quilômetros quadrados) do bioma do Pantanal foram consumidos por chamas, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Isso equivale a pouco mais de 30 vezes a área urbana de Campo Grande, que possui aproximadamente 332 km².

A área queimada somente no último mês equivale também a 5,4 vezes a soma do tamanho das duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. Conforme levantamento da plataforma GeoInfo, vinculada à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a capital paulista tem 949,6 km², enquanto a capital carioca tem 925,3 km².

Ainda comparando com total de zonas urbanas, seria pouco mais de 9 vezes superior à todas as cidades sul-mato-grossenses somadas, que juntas totalizariam aproximadamente 1050,6 km², segundo o levantamento.

O total de área queimada do Pantanal, registrada no ano de 2020, foi de 18.646 km², mas agosto se destacou como o mês com maior registros de vegetação pantaneira tomada pelo fogo. Se considerar tudo o que foi queimado, totalizariam cerca de 56 vezes o tamanho da Capital.

Pantanal em chamas - De acordo com publicação da ONG (Organização Não Governamental) Ecoa, o ano de 2020 é o "mais trágico" para o Pantanal, sua biodiversidade e populações urbanas e rurais. Os "recordes batidos" na quantidade de vegetação afetada são causados majoritariamente pela ação humana, segundo a organização.

Imagem de satélite mostra redução no nível da água (Imagem: Reprodução/Mario Luis Assine)

98% dos incêndios na região presente no Brasil, Bolívia e Paraguai aconteceram devido à limpeza de pastagens. A publicação ressalta que mesmo com disponibilidade de imagens de satélite que identificam autores dos crimes ambientais, a fiscalização nem sempre chega a todos.

Fatores climáticos também influenciam na grande quantidade de queima, já que houve expressiva redução das "áreas de inundação" dos rios pantaneiros, devido à falta de chuva, o que ocasionou em mais espaço para desmatamento.

Além disso, fortes ventanias e baixa umidade do ar na Bacia do Alto Paraguai, que corta Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, também são fatores determinantes para a facilidade na propagação do fogo.

Altura do Rio Paraguai, em Corumbá, teve decréscimo expressivo; foto registrada em agosto mostra grande quantidade de fumaça ao fundo (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
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