Meio Ambiente

Amor eternizado em ponte denuncia seca histórica no Rio Miranda

Marca deixada por casal há 6 anos hoje é sinal que Pantanal enfrenta pior seca “dos últimos tempos”

Por Kamila Alcântara | 22/03/2024 19:05

Uma demonstração de amor, feita em 2018 de cima de um barco, hoje é uma triste referência: as águas do Rio Miranda “sumiram” e seca histórica expõe o fundo assoreado. Vídeo divulgado pelo Instituto SOS Pantanal já alcançou mais de 100 mil pessoas nas redes sociais em apenas dois dias. Além do cenário desolador, expõe a união de "Francesco e Lidiane".

Postado na última quarta-feira (20), com narração do Gustavo Figuerôa, diretor de comunicação do Instituto, a gravação mostra a situação do rio na altura do município de Bonito, a 297 km de Campo Grande. Por lá, pescadores e ribeirinhos conseguem caminhar no que um dia foi as profundezas do Miranda, que tinha aproximadamente 10 metros. 

Além da diminuição das chuvas e altas temperaturas, fatores como o desmatamento do Cerrado e Mata Atlântica, no entorno do Pantanal, a falta de curvas de nível e matas ciliares que protegem as nascentes explica o registro chocante. 

Em entrevista ao Campo Grande News, Gustavo ficou impressionado com o alcance do conteúdo, mesmo com tantos comentários negacionistas, porque de alguma forma mais pessoas foram impactadas com a situação. 

“Muitos comentários assustados e indignados, mas também muitos negacionistas e isso não tem como evitar quando falamos com grandes massas. É triste ver que mesmo com a prova as pessoas não acreditam, consideram normal, só que relatos científicos e da população dizem que nunca foi tão seco assim. O importante é que isso atingiu muitas pessoas e virou preocupação para muitas delas”, disse. 

Importante ressaltar que, conforme indica o monitoramento do SGB (Serviço Geológico do Brasil, vinculado ao Ministério das Minas e Energia) no último dia 18, os rios da Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, já vinham apresentando níveis abaixo da média desde fevereiro, que é considerado o período de cheias na região que abrange Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Na estação de Porto Murtinho, por exemplo, o rio alcançou apenas 1,67 m no dia 8 de fevereiro, muito abaixo da cota mediana de 3,3 m.

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