Sabor

Sorveteiro mais antigo de Três Lagoas preserva máquina e sabor dos velhos tempos

Anny Malagolini | 29/12/2013 07:01
Máquina "perdida" no meio de vários objetos, mas a mesinha azul continua como velha companheira (Foto: Elenilda Merlo)
Máquina "perdida" no meio de vários objetos, mas a mesinha azul continua como velha companheira (Foto: Elenilda Merlo)

Em Três Lagoas, a máquina de sorvetes feito com suco em pó, ainda funciona e faz o tradicional tipo americano, com gosto da infância de anos atrás. Mas o que era popular, hoje divide o espaço em uma loja de antenas e atrai pouca freguesia.

Joaquim de Moraes, de 79 anos, lembra que comprou a máquina, a primeira da cidade e uma novidade na época, e se instalou na praça principal, por mais de 20 anos. “Comprei para ver se dava certo, era moderno”.

Três Lagoas cresceu, virou o município de maior potencial de desenvolvimento no Estado, graças as indústrias, e Joaquim acompanhou tudo, tanto o lado bom, quanto o ruim.

Ele vende agora para gente que deixou a cidade há muitos anos para buscar uma oportunidade em locais maiores, como Campo Grande e municípios de cidades do lado de São Paulo, que fazem divisa com Mato Grosso do Sul.

Com o tempo, o negócio passou a render quase nada e ficou só o romantismo de quem volta a se lembrar da pequena cidade quando passa e vê seo Joaquim.

Com problemas de reumatismo, há dez anos ele divide a tarefa. Nas horas vagas, quem vende o sorvete é o filho. Como a procura é pouco, ele consegue administrar as vendas. “São poucos fregueses, é coisa antiga, 'os modernos' não gostam muito", explica.

E por curiosidade, o sorveteiro mais antigo da cidade não toma sorvete ” Não tomo há anos, me faz mal tomar gelado”, justifica.

Agora, a máquina faz duas opções de sorvete, morango e uva. O sorvete é feito com gelatina e com suco em pó, que fica depositado em uma garrafa ao lado da máquina. Os sorvetes custam R$ 1,50 e R$ 2,00.

Outra diferença, segundo Joaquim, é que o sorvete tipo americano é menos gelado e derrete mais rápido. “Quem gosta vem de longe comprar”, afirma.

E apesar de praticamente aposentado do ofício, ele diz que a máquina ainda vai trabalhar, e que vender o aprelho não é uma opção.

A loja fica ao lado do Pronto Atendimento Médico da cidade.

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Sorvete hoje vai no copinho descartável mesmo (Foto: Elenilda Merlo)
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