Sabor

Sabor do mato, grupo faz frutos do Cerrado virarem pães, licor e até paçoca

Os moradores do assentamento Andalúcia, que fica em Nioaque, se unem pela preservação do meio ambiente e pela vida sustentável

Alana Portela | 12/12/2019 08:07
Segredos do Cerrado é o doce especial que leva o gostinho do mato para a mesa de casa. (Foto: Luana Campos/ Ecoa)
Segredos do Cerrado é o doce especial que leva o gostinho do mato para a mesa de casa. (Foto: Luana Campos/ Ecoa)

Do mato para a mesa, frutos do Cerrado são ingredientes principais para produzir pão, licor e até paçoca no assentamento Andalúcia, que pertence ao município de Nioaque. O local fica a 220 quilômetros de Campo Grande e os moradores se uniram para preservar o meio ambiente e terem uma vida mais sustentável.

“A gente precisa gerar renda e ao mesmo tempo discutir a importância da preservação do meio ambiente, dos recursos naturais. Temos essa proposta de unir sustentabilidade e alimentação saudável. Também é um apelo que fazemos para despertar a sensibilidade para incluir esses frutos no habito alimentar”, explica Rosana Claudina da Costa Sampaio.

Ela é diretora do Ceppec (Centro de Produção Pesquisa e Capacitação do Cerrado) e com a ajuda da comunidade cuida da natureza. “Trabalhamos com essa ideia desde 2005 e fizemos uma parceria com o Ecoa (Ecologia em Ação)”, conta.

Castanha de baru e os doces Segredos do Cerrado são colocados em potes separados. (Foto: Luana Campos/ Ecoa)
O ingrediente principal do pão é a castanha de baru. (Foto: Luana Campos/ Ecoa)
Os moradores se uniram e atuam na preservação da natureza e alimentação saudável. (Foto: Nathalia Ziolkowski/ Ecoa)

A proposta é incentivar a mudança no comportamento da população, na forma que tratam as questões ambientais, valorizando os recursos hídricos, as árvores nativas e o solo. “Tem família que atua na proteção e isolamento das nascentes, outras cuidam das plantas e da terra”, relata Rosana. Desde o projeto iniciou, os moradores passaram a ter atitudes mais conscientes.

Os moradores cuidam das árvores e em caso de invasão por pragas, usam repelentes naturais para afastar os insetos. Os frutos são sazonais, por isso tomam todo cuidado para evitar desperdício. “Tem o tempo certo de extrair, como a bocaiuva e a castanha de baru que demoram até nove meses para nascerem. Depois vem a produção correta e o armazenamento adequado”, diz Rosana.

A produção é feita no Ceppec, quando alguém faz a encomenda das cestas. São 11 opções de sabores começando pelo licor de guavira, castanha de cumbaru, panetone sabor do Cerrado, paçoca pilada com cumbaru, jatobá e bocaiuva. Os que gostam de chocolate tem o “Cumbatela” que é uma Nutella do Cerrado, com cumbaru.

São 11 opções de sabores começando pelos bombons de cumbaru, licor, panetone, doces e muito mais. (Foto: Ceppec)

De manhã ainda dá para provar o pão de cumbaru, o mix de biscoito que vem na cesta, “Segredos do Cerrado” é o doce especial para adocicar a boca. Para quem gosta, também tem bombons de cumbaru, araticum, jenipapo e jatobá e até barra de cereal feita com cumbaru, bocaiuva, mel e jatobá.

As cestas também são especiais, produzidas com taquaras e passam por um processo de tecelagem. As encomendas feitas por moradores da Capital saem a R$ 160,00, mas é preciso solicitar com uma semana de antecedência. “A cesta mostra que existe um jeito de gerar renda, atuar com o desenvolvimento sustentável e ainda preservar os biomas”, destaca Rosana.

Serviços – Mais informações e encomendas pelos contatos (67) 99674-7680 ou 3324-3230 (horário comercial).

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A cesta tem que ser encomendada com uma semana de antecedência por conta da produção (Foto: Ceppec)
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