Sabor

Ronildo aposta tudo em pastel de caldo picante e moqueca de pintado

Feirante em Coxim, Ronildo conta que receitas típicas e feitas em casa ganharam novos espaços

Por Aletheya Alves | 05/04/2024 08:23
Produção de pastel terá os sabores de empamonado e moqueca de pintado. (Foto: Divulgação/Sebrae/MS)
Produção de pastel terá os sabores de empamonado e moqueca de pintado. (Foto: Divulgação/Sebrae/MS)

Há oito anos, Ronildo Augusto Patussi e Roberta Rezende Rereira trabalham na feira de Coxim e nunca imaginaram que receitas típicas da região, feitas em casa, ganhariam novos espaços. Agora, em sua barraca, o casal vai reconstruir a tradição fazendo empamonado e moqueca de pintado como recheio de pastel. 

Para quem não conhece, o empamonado é um caldo picante feito com temperos, carne, feijão e farinha de mandioca. Em geral, a receita é consumida durante os almoços com churrasco. E, sendo uma região com forte influência de pescados, a moqueca de pintado também integra o consumo local. 

Tradicionalmente, Ronildo explica que costumava vender os pastéis com recheios comuns como carne e queijo. Mas, após uma oficina realizada com o chef Paulo Vasconcelos, consultor do Sebrae/MS, os conhecimentos produzidos pelas famílias de Coxim foram reinventados. 

“Quando ele (o chef Paulo) sugeriu, a gente achou interessante, mas pensou como poderia fazer porque a textura é bem diferente, mas usamos as técnicas e ficou muito bom”, explica Ronildo.

Recheio de moqueca de pintado precisou perder o caldo. (Foto: Divulgação/Sebrae/MS)
Produtos ganharam formas com desenho de peixe. (Foto: Divulgação/Sebrae/MS)
Empamonado é receita típica de Coxim. (Foto: Divulgação/Urbano Alimentos)

A quantidade de alguns ingredientes foi alterada para que o caldo, no caso do empamonado, ficasse mais grosso e pudesse preencher o pastel. O mesmo foi feito com a moqueca de pintado, que perdeu parte de seu caldo. 

Para Ronildo, que cresceu na cidade, a releitura dos dois pratos típicos é uma forma de manter a cultura viva. E, mais do que exercitar isso dentro de casa, a prática é levada para o público em geral, inclusive para quem nunca experimentou os sabores. 

Sobre a ideia de adaptar pratos que aparentemente não se encaixariam como recheio de salgados fritos, Paulo Vasconcelos comenta que as adaptações foram pensadas para facilitar a comercialização e atrair novos clientes. 

“Para se tornar recheio de pastel, tivemos que fazer um processo de transformação para que o empamonado virasse um creme e também viabilizamos um molho de pimenta bodinho a base de tomate, para que o feirante pudesse oferecer o prato, com ou sem pimenta, de acordo com o gosto de quem pediu”, relata Paulo. 

E, para deixar as receitas com ainda mais identidade, formas em formato de peixe foram desenvolvidas pelo Living Lab (Laboratório de Inovação e Prototipagem) com impressora 3D. 

Sabendo da dificuldade em manter o empreendimento ativo na cidade, Ronildo conta que antes de vender pastel e chipa, ele e a esposa tentaram comercializar doces. Mas, com o tempo, viram que precisavam se reinventar. 

Agora, com os novos recheios, chegou o momento da segunda reinvenção familiar. 

Em relação à consultoria do Sebrae, Ronildo integrou um grupo de feirantes da cidade que participou do projeto “Hoje é dia de Feira”, que integra o programa Cidade Empreendedora. Além da oficina gastronômica, os feirantes receberam capacitação sobre mercado, marketing e design.

Para experimentar os pratos, as receitas terão sua estreia com o público nesta sexta-feira (5), das 15h às 23h, na Feira da Concha Acústica. Haverá um evento para comemorar os oito anos do espaço. 

Ronildo e Roberta trabalham na feira da cidade e já precisaram se reinventar. (Foto: Arquivo pessoal)

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