Sabor

Portinha na Spipe Calarge esconde restaurante para quem gosta do Nordeste

Aline Araújo | 30/01/2015 06:34
No teto, as esteiras dão o tom nordestino. (Foto: Alcides Neto)
No teto, as esteiras dão o tom nordestino. (Foto: Alcides Neto)

O colorido das chitas nas toalhas de mesa chama atenção de quem tem a rua Spipe Calarge no trajeto. Por ali, um casal de nordestinos construiu um cantinho da terra natal em Campo Grande. A "Birosca" é um barzinho e restaurante para quem quer petiscar salgadinhos de carne seca, comer um Baião de Dois ou feijão verde, tudo servido na panela de barro.

As mesas ficam ao ar livre e o salão encanta nos detalhes caprichosos, preparados por Jaques Farias, de 43 anos, e Michele Farias, de 39, com a ajuda da filha, Yasmim. A mudança de ares fica garantida no cantinho de fotos com chapéus de cangaceiro e o fundo em desenhos de cordel, até a parede toda revestida de chita.

Um cantinho foi reservado para as fotos. (Foto: Alcides Neto)

Dois lampiões a vela e um mandacaru também tratam de dar boas vindas aos fregueses. No som, sempre muito baião e forró. Mesmo com o espaço pequeno, o casal conseguiu imprimir ali um pouco da cultura nordestina. Da namoradeira ao balcão no estilo rústico.

E até o banheiro foi decorado com bom humor natural de quem nasceu por lá. Além do revestimento em chita, a parede tem um dicionário de “nordestinês”, com várias palavras do vocabulário cearense. Na frente do banheiro, a parede é para brincar, escrever literatura de cordel, ou até mesmo deixar um recado para quem passa por ali.

È tudo muito simples, mas de um cuidado que faz você se sentir em casa. A simpatia do casal já é motivo suficiente para escolher uma mesa e experimentar um dos quitutes das casa.

Faz pouco mais de um ano que Campo Grande virou a casa da família. Jaques e Michele são de Fortaleza (CE), mas já estavam morando na França há dois anos. Quando a mãe dele, que mora na Capital, ficou viúva, Jaques resolveu voltar para fazer companhia. Depois de um ano, buscou a esposa e a filha para montar o próprio negócio por aqui.

Jaques montou o negócio quando decidiu mudar com a família para a Capital. (Foto: Alcides Neto)

“Eu trabelhei em concessionária de veículos aqui, mas já tinha experiência em cozinha, porque trabalhei com isso na França. Pensei em abrir um barzinho tipico nordestino. Mas como a gente não conhecia ninguém, montamos tudo do nosso jeito”, comenta Jaques.

Cada item foi feito por eles de maneira artesanal. Foram seis meses de planejamento para abrir o local e dois meses para deixar tudo com a cara que eles queriam. Jaques mesmo criou o mascotinho da Birosca, e fez um adesivo com ele para presentar os clientes.

 

A decoração é toda artesanal. (Foto: Alcides Neto)
E nem o banheiro escapou do bom humor. (Foto: Alcides Neto)

Os pratos servem quatro pessoas, mas nada de micharia. A porção é farta. “O pessoal se surpreende aqui, mas lá no Nordeste a gente gosta é de tudo muito bem servido”, justifica Jaques, com o sotaque que não esconde as origens. Na hora de dar o nome ao local, foi natural “Aqui é tão pequeno que parece uma Birosca”. E assim ficou.

O bom humor está presente até nos nomes do cardápio. A batata com bacon e queijo, por exemplo, ganha o nome de bata “Espilicute”, uma gíria nordestina para designar uma pessoa esperta. O Baião de Dois é chamado de “Baião Danadin”, e custa R$ 28,90. O “Arre Égua” leva a carne de sol preparada pela casa, macaxeira (a nossa mandioca), por R$ 32,90. O bolinhos de carne seca, uma dos campeões de pedidos, custa R$ 18,90.

Os garçons servem a carater, com chapéu de cangaceiro. Quem comanda a cozinha é Jaques, Michelle e Yasmim cuidam do atendimento. Tudo tem um ar familiar. A Birosca abre às 18h e fecha meia noite e fica na Rua Spipe Calarge, n° 1502.

Salgadinhos estão entre os petiscos mais pedidos. (Foto: Alcides Neto)
Feijão verde na panela de barro. (Foto: Arquiivo pessoal)
Birósca fica na Rua Spipe Calarge, n° 1502. (Foto: Alcides Neto)
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