Novo restaurante faz autêntico churrasco argentino, com bife ancho e chorizo

Na terra da carne no espeto, um grupo de amigos abre restaurante prometendo cortes muito mais saborosos, feitos no estilo argentino. Primeiro é preciso esclarecer: não confunda parrilla, com parrillada. A primeira é uma churrasqueira que dispensa o espeto, diferente do mix de carnes.

Esse esclarecimento é fundamental, porque a parrilla é a alma do negócio no caso do restaurante “Parrilla Pantaneira”, inaugurado ontem na rua Odorico Quadros, no Jardim dos Estados. A carne é assada ao lado, não sobre a brasa e perde menos líquido no preparo, o que dá o resultado suculento.

Da grelha, saem bifões com 5 centímetros de altura, ao gosto do cliente que pode escolher entre 6 níveis de pontos de carne: selada, ponto menos, ponto, ponto mais, bem passado e além ponto.

A casa pertence aos amigos Nicomedes Silva Filho, Ana Paula Molina e Pedro Luis – dono também do Tábua Bar e Restaurante. “Queremos transformar a ideia em franquia. Viajei muito em busca de novas ideias para Campo Grande, mas nada me encantou mais que a parrilla”, diz Pedro Luis.

Chef, com 15 anos de experiência em São Paulo, Marcos Castro trabalha ao lado do parrillero Fábio Cavalcante. Ambos foram contratados para mostrar como a técnica pode transformar o sabor de um corte apenas temperado com sal grosso.

“Viemos para mostrar o que é a verdadeira parrilla e mudar hábitos. É até mais saudável, porque a carne não fica intoxicada, como na churrasqueira convencional”, defende Fábio. O parrillero é visivelmente um apaixonado pela técnica e dá o show em espaço aberto, perto dos clientes que podem acompanhar todo o processo até a carne chegar à mesa.

É claro que algumas adaptações tiveram de ser feitas. “Como o campo-grandense gosta muito de churrasco, aqui servimos porções de até 500 gramas de carne, uma quantidade 100 gramas superior aos restaurantes de São Paulo”, conta o chef.

O fornecedor também acrescenta muito à proposta do novo restaurante. O novilho precoce, com a carne mais macia, vem da marca “Primo Corte”, uma associação de produtores que vende com exclusividade para o Parrilla Pantaneira e Carrefour.

No cardápio, há bife de chorizo, bife ancho, tapa de cuadril e outros legados argentinos que, traduzindo, nada mais são do que contrafilé, fraldinha, picanha e filé mignon. “O segredo está na forma de cortar, no tempo de maturação e na parrilla que usa a própria gordura da carne para assar”, lembra Fábio.

Entre opções como chinchulines (tripa grossa do boi), carré de cordeiro, medalhão de avestruz e peixes como bacalhau, os donos do restaurante pontuam o cardápio com nomes bem conhecidos por aqui. Há Bife Pantaneiro, Carré de Pacu e Pintado com Purê de Mandioquinha. “Não dá para seguir apenas uma linha na cozinha contemporânea. Precisamos inserir o regional”, explica Marcos.

Da entrada à sobremesa, tudo lembra a cultura portenha. As empanadas abrem o cardápio, as panquecas e o “Regalo de Dios” fecham a relação, sempre com doce de leite como protagonista, sabor indispensável na mesa do argentino.

A arquitetura é aconchegante, assinada por Paulo Hernandez. Nas paredes, há cores quentes e papel que imita o couro do boi. O teto com madeira aparente foi escolhido para simular uma grande adega e a carta de vinhos alinhava o projeto com marcas italianas, de Protugal, Chile, Argentina, Uruguai, Espanha, França e África do Sul.

Os pratos com peixe são os mais baratos, de 45 a 50 reais a porção individual e são os únicos com acompanhamento. Para acompanhar a carne, as opções são variadas e pagas separadamente. Há saladas, massas e risotos.

O Parrilla Pantaneira abre para almoço e jantar. De terça a quinta, das 11h30 às 14h30 e de 19h às 24h. Sextas, sábados e feriados, o atendimento à noite vai até 1h da madrugada. Aos domingos, funciona apenas das 11h às 16h.

O restaurante fica na Odorico Quadros, número 224, Jardim dos Estados.