Sabor

No Mercadão, aula gastronômica ensina outro olhar sobre tantos sabores regionais

Aline Araújo | 08/03/2015 07:23
Mais de 40 alunos participaram da vista.  (Foto: Alcides Neto)
Mais de 40 alunos participaram da vista. (Foto: Alcides Neto)

Os corredores estreitos do Mercadão Municipal de Campo Grande são o início de uma lição importante para quem quer ganhar a vida servindo bem. Na semana passada, alunos do curso Técnico em Cozinha, do Centro de Educação Profissional (Cepef), tiveram essa experiência, aprendendo um pouco mais sobre grãos, temperos e carnes, sobre a escolha de ingredientes naturais e a culinária regional.

 

A aula agitou o Mercado Municipal. (Foto: Alcides Neto)

“Hoje eles entram aqui com um olhar de cozinheiro, consumidor de produtos regionais. Uma maneira da gente valorizar o que é produzido aqui”, explica Vera, relembrando outro princípio do movimento, que é dar prioridade aos produtos que vem das pequenas produções.

Foi o start para que os futuros cozinheiros começassem a enxergar o local de uma maneira diferente. A visita serviu para treinar o olhar e apontar novas possibilidades na cozinha. A chef e professora Vera Chaves guiou os 40 alunos, e explicou um pouco sobre como escolher os melhores ingredientes, além de dar algumas dicas para conservá-los em casa.

Para conservar o arroz, por exemplo, uma folha de louro no pote ajuda a espantar os carunchos. Mas essa é só uma dica, o principal da visita foi conhecer ingredientes que nunca passaram pelo cardápio em casa. Como o arroz selvagem, que é preto, mais fino e comprido. Geralmente preparado com outros grãos e de sabor mais forte.

A cada nova banca, um descoberta. Variedades diferentes de feijão, castanhas e temperos, também entraram na aula. “É um conhecimento além da sala de aula. Tem ingredientes que a gente está conhecendo agora, desperta a curiosidade de desenvolver novos pratos”, comenta Tatiana Bender, de 35 anos.

Ela é aluna do curso e também farmacêutica. Começou a se interessar pela cozinha por hobby e hoje faz o curso para se profissionalizar e ter como principal fonte de renda a culinária. O jornalista Rubens Arenas, de 63 anos, também começou a cozinhar para passar o tempo e hoje quer transformar o laser em empreendimento.

“Meus amigos sempre disseram que eu cozinhava bem, e eu sempre gostei. Sempre quis aprender mais. Hoje estou estudando para abrir algo na área”, conta.

A dona de casa Adriana Melo, de 31 anos, também se encantou, com a nova maneira de enxergar o Mercadão. “A gente vem e vem vê direito as coisas que tem. Na vista técnica é como se nossa cabeça abrisse para novas receitas e possibilidades”, comentou.

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