Sabor

Há 7 anos, comerciante consegue vender churrasquinho a R$ 1,00

Ângela Kempfer e Paula Maciulevicius | 22/02/2015 07:12
Churrasco é vendido na Albert Sabin 1.522.
Churrasco é vendido na Albert Sabin 1.522.

A sugestão de reportagem chegou ao Lado B depois que um leitor parou no semáforo da Rua Albert Sabin, esquina com a Melvin Jones. Ele sentiu um cheiro bom de carne assada e ficou perplexo ao ver o preço na plaquinha. “Churrasquinho a R$ 1,00”. O homem deu meia-volta e estacionou pensando se tratar de propaganda enganosa. “Pensei assim: nada mais custa R$ 1,00 nesta vida. Mas comi, gostei e ainda pedi outro”, conta Jamil Nagle.

A churrasqueira pequena, na calçada, está ali há 7 anos, assim como a plaquinha, sem alteração no preço. “Aqui era de um japonês, ai a Cléo comprou. Ah, a Cléo sou eu, viu”, se apresenta a dona da “Casa do Assado”.

Boa de lábia e divertida, ela vai oferecendo de tudo um pouco, enquanto entrega os churrasquinhos.Tem frango assado, costela, farofa, nhoque, panqueca...Tudo para garantir o almoço de quem não quer ou não pode cozinhar em casa. “Aqui é fast food, igual McDonald's‎, tudo sai em 5 minutos”, garante.

Cléo diz que não tem coragem de aumentar o preço.
Espetinho é de ponta de costela ou pacuzinho.

Outra diferença é que o carro-chefe não é servido à noite, como é tradição em Campo Grande. A venda de churrasquinho ocorre só de 10h às 14h, de segunda a sexta. No fim de semana, o que fica são as opções de carne e acompanhamentos.

Na varanda do ponto alugado, há 3 jogos de mesas e cadeiras, para quem quiser comer o pacuzinho ou a ponta de costela no espetinho, ali mesmo, sem frescura.

Sobre o preço, Cléo diz que até já pensou em aumentar, mas nunca teve coragem. “É o nosso chamariz”, explica.

O técnico em alarmes, Anderson Matos, de 30 anos, agradece. Ele trabalha no Centro da cidade e quando vai para casa encontra o churrasquinho no trajeto. “Descobri há 3 meses. Por R$ 1,00 não como em lugar nenhum, além de ser jogo rápido”.

Anderson é um dos clientes de fora, mas a maior parte da freguesia esta na vizinhança, como a dona de casa Patrícia Borges, 31 anos. “A carne também é muito boa e por R$ 1,00 não existe nada em outro lugar tão limpinho assim”, justifica.

“Quem trabalha não tem tempo para ficar pensando em crise. Aqui, entrou já pode comprar”, ensina a empresária que vende cerca de 300 espetinhos por dia.

Maior parte dos clientes são da vizinhança, no bairro Taveirópolis.
Nos siga no