Sabor

Gosto pela culinária árabe reúne amigos na Confraria do Carneiro

Paula Maciulevicius | 31/05/2012 09:29
Elpídio Espíndola, Valter Dobro, José Thomáz e Wagner Guimarães, já com a carne pronta.
Elpídio Espíndola, Valter Dobro, José Thomáz e Wagner Guimarães, já com a carne pronta.

Em um portão entreaberto da rua 7 de Setembro, no centro de Campo Grande, há dois anos, sempre às quartas-feiras, amigos vão chegando. De longe já dá para sentir o cheiro, o barulho das risadas e da música regional. Foi o gosto pela culinária árabe que fez nascer a "Confraria do Carneiro".

O gosto pela carne virou programa depois que o empresário José Thomaz Filho, de 49 anos, chamado de "Zezo" pelos amigos, conheceu a ideia no Rio Grande do Sul.

A prática virou ritual e a cada encontro ganha novas receitas. De carneiro assado a recheado ou linguiça.

O requinte da gastronomia é um mero detalhe. "Só fazemos com o intuito de reunir amigos, comer carneiro e ouvir música regional", explica Zezo, que junto com a família mantém um dos principais pontos de comidas árabes de Campo Grande, o Thomaz Lanches.

José Thomaz resolveu trazer a ideia do Rio Grande do Sul.

José Thomaz fala que no início eram 20 e poucos amigos e o grupo foi aumentando. Cada um vai chamando outro e a confraria ganha incremento. A reunião acontece pelo menos uma vez a cada dois meses e o próximo passo é sofisticar, dando marca ao evento. “A vontade é preparar cortes com o nome da Confraria”, comenta Zezo.

Todo mundo se conhece e muitas vezes já se esbarrou em entrevistas por aí. A maior parte dos frequentadores são músicos, a família Espíndola aparece em massa, além de jornalistas e empresários.

Na noite de quarta, o grupo Acaba estava muito bem representado, Vandir Barreto, integrante e fundador , chegou munido de violão, só esperando para dar uma palhinha.

“Conheço o Zezo há mais de 30 anos. Ele me fez o convite, sou músico e vim para participar. A proposta é muito legal e eu acabo de cobrá-lo quanto a música porque vim com o intuito de tocar e pra ficar”.

A anfitriã, Debora Thomaz, 47 anos, diz que só com o tempo as mulheres ganharam convite para a festa.

Da churrasqueira, de onde saía o cheiro que convidava até quem passava pela rua, quem tomava conta era Elpídio Espíndola, 52 anos. Foi um dos primeiros a montar a Confraria e hoje vê a terceira geração marcando presença. A pequena Valentina não tem nem três meses de vida completos. “É a cara do vô”, brinca. “Aqui é tudo para ver os amigos”, fala.

Questionado se o carneiro fica aos cuidados dele, ele responde aos risos. “Não, porque ele já vem morto, eu só ponho pra assar”.

A anfitriã, Debora Thomaz, 47 anos, conta que comprou a ideia do marido. “A princípio só eles que vinham, nunca estavam as esposas. Mas achamos um meio de começar a vir”, fala.

Hoje a Confraria é de igual para igual, homens e mulheres, crianças e bebes. Um misto de alegria, com toque da música regional e o sabor da culinária árabe.

Galpão na 7 de Setembro é espaço para a Confraria do Carneiro.
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