Sabor

De comer com os olhos, marmita vegana “mergulha” no colorido dos alimentos

A cada receita, Alessandra faz um resgate à memória afetiva e serve até carne de soja de panela

Danielle Valentim | 19/11/2019 07:11
Bife de cenoura, ratatouile ao molho artesanal.
Bife de cenoura, ratatouile ao molho artesanal.

Para resgatar a culinária afetiva, aquela com gostinho de comida caseira, mas sem utilizar ingredientes de origem animal, Alessandra Mathias de 26 anos, e Hugo Ojeda, de 24, precisaram mergulhar no colorido dos alimentos. Com todo o cardápio vegano, a marmitaria Flor de Camomila reproduz qualquer receita convencional e serve do espetinho à carne de soja de panela.

O interesse pela gastronomia surgiu há seis anos, mas foi em 2014, durante a transição para o vegetarianismo, que Alessandra teve mais contato com o estilo de vida.

“Nesse período eu morei em Curitiba. Lá tem muitas opções de restaurantes veganos e vegetarianos, inclusive, tinha um muito perto de onde eu morava, que tinha essa pegada ativista e era muito barato. Isso sempre me inspirou. Sempre quis fazer uma comida de verdade, saborosa sem qualquer ingredientes de origem ou exploração animal”, frisa.

 

Carne de soja de panela é maravilha do cardápio.
Espetinho vegano é uma das opções.

Alessandra ressalta que o intuito, além do sabor, é democratizar o consumo da alimentação vegana, que realmente é uma comida barata de se fazer. “Veganos e vegetarianos sofrem um pouco, porque o estilo ficou elitizado. Minha intenção é provar que dá para comer de forma barata e saudável por preço baixo”, explica.

Ainda em Curitiba, Alessandra produzia sanduíches e pizzas para vender em feiras veganas. Depois de uma pausa, retornou a Campo Grande e na gestação da filha, voltou a fazer sanduíches em 2018 e, em 2019, se desafiou a preparar refeições de verdade.

A cada receita uma aventura diferente. Algo que há um ano, Alessandra tinha medo, confessa. “Aqui em Campo Grande eu voltei a fazer os sanduíches, com a ideia de fazer a marmitaria, mas tinha medo de não dar certo. Mas aí surgiu o nome, o Hugo, que é cozinheiro, me ajuda e me ensina muitas coisas”, explica.

Hugo é pai da filha de Alessandra e, apesar do casal não se relacionar mais, trabalham e cuidam da filha juntos.

Alessandra capricha no tempero e nas redes sociais, as marmitas são só elogios. “Eu tento buscar todas as comidas tradicionais, que costumam levar ingredientes de origem animal e faço a adaptação. Eu gosto de usar ingredientes mais caros, como o Shimeji, mas com o objetivo de ser uma marmita barata busco ingredientes mais populares”, frisa.

A jovem acaba de incluir as PANSc (Plantas Alimentícias Não Convencionais) no menu e deve intensificar a introdução de alimentos orgânicos, o que deve reajustar os preços.

“Tento usar coisas mais orgânicas, mas fica mais caro. Estou estudando uma forma de fazer a transição para alimentos mais orgânicos, mas não dará para segurar o preço. Nesta semana, incluí as PANCs, numa receita de risoto de Ora-pro-nóbis, shimeji e Champignon”, destaca.

Hoje a marmitaria é a principal fonte de renda de Alessandra. A jovem morava no Bairro Maria Aparecida Pedrossian e agora passou a atender no Bairro Santa Emília, onde o espaço é maior.

O cardápio é alterado semanalmente, para o cliente ter variedade. A marmita custa R$ 15 e pedidos semanais custam R$ 65. Na opção mensal, Alessandra ainda concede um desconto de R$ 40.

 

Penne ao pesto e Almôndegas de soja.
Churrasquinho de soja e tofu.

Só para ter uma noção, Alessandra realmente não brinca quando o assunto é adaptação do convencional. Entre as opções do menu, há: bife de cenoura, ratatouile ao molho artesanal, bife de soja, arroz com amendoim e curry, soja de panela, croquete de mandioca, almôndegas de soja e até parmegiana de soja ao molho artesanal e queijo veg.

A Flor de Camomila funciona de segunda a sexta no delivery. Como não tem funcionários e todo o trabalho é artesanal, a marmitaria só aceita pedidos até às 8h pelo (67) 9 9340-8431. Acompanhe a página no Facebook e Instagram.

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