Sabor

Boteco de chef de cozinha serve de mortadela picada até siri na 7 de Setembro

Paula Maciulevicius | 05/12/2013 06:53
Aberto há 1 mês, o nome mesmo já apresenta o bar "Maracutaia". (Fotos: Marcos Ermínio)
Aberto há 1 mês, o nome mesmo já apresenta o bar "Maracutaia". (Fotos: Marcos Ermínio)

De fora, se escuta a conversa de quem está sentado às cadeiras de madeira com encosto de ferro. Às mesas, aquela cerveja de quem só queria terminar o dia entre amigos. Ao entrar, não se assuste com a recepção de Anderson, o gerente que mais parece o seu Jorge, ele vai dar um jeito de acomodá-lo lá dentro. Isso, se os seus olhos estiverem procurando onde sentar, o que eu duvido.

No bar Maracutaia, aberto há um mês na 7 de Setembro, os azulejos que compõem de entrada a mureta e os caixotes do teto distraem quem está ali pela primeira vez. São tantos detalhes, que a gente só volta à ideia de onde está, ao ver uma cerveja passando na bandeja, tricando.

"Aquilo que eu queria vender", aponta o chef de cozinha Marcílio Galeano para a cerveja saindo. "Eu sou botequeiro, o Maracutaia é meu primeiro sonho, de uma quitanda chique, cerveja gelada", completa Marcílio.

Quem está de fora pode até estranhar, que o estilo "A A" caiu de nível, já que Marcílio é sócio proprietário do restaurante Jojô, na Euclides da Cunha, um dos mais sofisticados da cidade. Mas é no boteco que ele se realiza.

À mesa, o cardápio vem numa prancheta, com carta de bebidas nacionais e importadas e porções.
Mortadela em cubos, tomate, cebola e limão rosa. Porção mais de boteco do que essa, impossível.

Ao lado da sócia, a chef de cozinha Isabela Blanco, a ideia veio justamente de uma conversa de bar, que aos poucos foi amadurecendo. Ao dizer que sentia falta de um estabelecimento assim em Campo Grande, Marcílio ressalta que criou o que queria, um ambiente bacana, familiar, de happy hour, onde o consumo é de boteco.

O cardápio, assinado pela dupla, é dividido em seções 'para começar', às 'porções chiques' que vão desde mortadela, tomate, cebola e limão rosa, até siri com molho tártaro. Há do petisco de quem sai do futebol, até a costelinha suína ao molho barbecue e bolinho de arroz com carne seca e queijo coalho. O prato mais barato da casa, amendoim, é servido em uma tigela de gato fazendo jus ao nome: "Engasga Gato".

A pipoca não aparece, mas surge lá da memória de infância, quando se sente na boca o gosto da porção do "Queijinho de Pipoca".

Na verdade, o menu chama atenção desde o formato, é posto diante do cliente em uma prancheta. "Eu pensei realmente de remeter ao passado, de dar o que os clientes gostam, quero dar ao público o que gosto e sei que vende. Esse é o Maracutaia", explica o chef.

Porção de costela de porco ao molho barbecue, uma das mais pedidas da casa.

Os copos você pode escolher entre os de extrato de tomate, requeijão, americano e tulipa. Ele brinca que o que tiver em casa pode trazer que ele ferve e põem à mesa. As cervejas são as tradicionais de qualquer bar, Brahma, Skol, Antartica, Bohemia e por aí vai, além das importadas e artesanais que são vendidas em parceria com a Casa do Chef, no preço que está dentro da média dos bares.

Aos amantes da arquitetura, o bar tem um show à parte. A decoração de dentro é feita de plotagem em uma das paredes, com propagandas antigas, frases, rótulos de cervejas e personalidades como Cartola. Coisa de boteco mesmo. No banheiro a pia é feita de azulejos e cerâmica.

Qualquer sugestão ou crítica pode ser direto com os donos e chefs. Tanto Marcílio, como Isabela, estão o tempo todo à frente do atendimento, vendo diariamente a resposta do público. Ela, aos 26 anos, acumula duas formações em Nutrição aqui e Gastronomia na Itália.

O Maracutaia  está na rua 7 de Setembro, 1971, quase na rua Bahia. Abre de terça a domingo, a partir das 17h30, inclusive com feijoada aos sábados das 11h em diante. Lá dá para ir na maracutaia mesmo, de short e chinelos.

 

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